Com campanha nas ruas, aumentam casos e mortes por covid entre candidatos
A covid-19 está afetando as campanhas eleitorais. Cinco capitais e várias outras cidades pelo país…
A covid-19 está afetando as campanhas eleitorais. Cinco capitais e várias outras cidades pelo país já têm candidatos infectados desde o início dos eventos de rua, em 27 de setembro. Além disso, pelo menos nove políticos registrados como concorrentes nesta eleição morreram da doença desde 23 de setembro.
A proliferação de casos entre candidatos era esperada por conta das campanhas de rua. “Quanto mais se expõe a pessoa, maior o risco de adquirir a infecção”, afirma a professora e pesquisadora da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) Vera Magalhães.
Ela ressalta que há uma dificuldade em garantir a segurança sanitária dos que participam desses atos políticos. “A máscara é importante, mas não é suficiente. São necessárias outras medidas, como o distanciamento, evitar lugares fechados e contato próximo com os outros”, explica.
“Quanto mais pessoas e mais tempo [de exposição], maior o risco. Se não tiver cuidados constantes, como a higienização das mãos, só a máscara não vai proteger –até porque muitas vezes a outra pessoa não usa”.
Vera Magalhães, pesquisadora da UFPE
Ela afirma que o número de casos não é uma exclusividade das maiores cidades. “Os candidatos a prefeito de capitais, às vezes, têm mais acesso aos testes [por isso aparecem mais]. Mas nem o político nem o eleitor estão imunes a essa exposição toda”, diz.
Casos nas capitais
Vários candidatos a prefeituras de capitais precisaram suspender suas campanhas nas ruas. Na quarta (14) à noite, Gustavo Paim (Progressistas), de Porto Alegre, teve resultado positivo de exame divulgado. À tarde, porém, ele havia participado de caminhada e conversado com comerciantes.
No dia 12, o prefeito e candidato à reeleição em Florianópolis, Gean Loureiro (DEM), informou em suas redes sociais que estava com covid-19.
Em São Luís, Rubens Pereira Júnior (PCdoB) também informou ter sido infectado em 5 de outubro.
No mesmo dia, em Fortaleza, José Sarto (PDT) teve diagnóstico positivo poucos dias antes de o ex-deputado Ciro Gomes (seu aliado do mesmo partido no Ceará) também anunciar contaminação com o vírus.
Em Manaus, Chico Preto (DC) e Romero Reis (Novo) anunciaram terem contraído o novo coronavírus no começo de outubro.
Aécio Rodrigues (PSL), que disputa a Prefeitura de Cuiabá, anunciou seu diagnóstico um dia antes da campanha, em 26 de setembro, dez dias após participar da convenção que ratificou sua candidatura. No Rio, Clarissa Garotinho (PROS) também divulgou seu resultado nas redes.
Nove mortes
A covid-19 também já foi a causa de morte de postulantes à eleição país afora. Segundo apurou o UOL, pelo menos nove candidatos morreram pela doença. Ao todo, até a tarde desta quinta-feira (15), o sistema de registro de candidaturas do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) informava 29 mortos —sem informar as causas.
A última morte ocorreu nesta quinta-feira (15). A vítima foi o ex-vereador —e candidato novamente ao cargo— Coronel Rozendo (PV), em Sorocaba, interior paulista. Ainda em São Paulo, o vereador e candidato à reeleição em Barretos Olímpio Jorge Naben (DEM) morreu na noite de segunda-feira (12). O radialista Rubinho Costa (PSD), candidato a vereador em Penápolis, também foi vítima do novo coronavírus no dia 5.
O pastor Damaceno Junior (PSD) morreu no sábado (10) em Curitiba. Ele era candidato a vereador.
Francisco Viana (PSOL), candidato a vice-prefeito na cidade de Novo Gama (GO), morreu no dia 5. Já candidato a vereador por Mineiros, também em Goiás, César da Loteria (MDB) morreu no dia 2.
Outra vítima foi o ex-prefeito em Ibema (PR) Aramitan Antônio Fortunato (PROS), que iria tentar a vaga novamente, mas morreu no dia 4, após mais de um mês internado.
Olímpia Torres Fernandes Franco (Republicanos) era candidata a vereadora em Ariquemes (RO) e morreu em 28 de setembro. Ainda no Norte, o vice-prefeito e candidato à reeleição em Barrolândia (TO), Odair Alves Machado (DEM), morreu pela doença no dia 23.