Segue o jogo

Com maior oposição na Alego, expectativa é de equilíbrio e debate qualificado

Sem se surpreender, deputada Adriana Accorsi acreditava que isso fosse acontecer

Com maior oposição na Alego, expectativa é de equilíbrio e debate qualificado

Equilíbrio. Mas, também, debate mais qualificado. Essa é a expectativa da deputada estadual Adriana Accorsi (PT) com a chegada de delegado Eduardo Prado (PV), Major Araújo (PSL) e delegado Humberto Teófilo (PSL) à oposição da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego). Sem relatar surpresa, a parlamentar disse que já acreditava nessa mudança de lado.

“Eu acreditei que aconteceria, sobretudo em relação aos deputados que têm origem no serviço público, como eu”, expôs. Destaca-se, que Teófilo e Prado são delegados da Polícia Civil, enquanto Major Araújo vem da Polícia Militar. “Seria, de fato, uma deslealdade, votar a favor em certos projetos que vieram para cá no ano passado”, lembrou ela do estopim do desentendimento desses legisladores com o governo: a Reforma da Previdência e o Estatuto do Servidor.

“Então”, continua Accorsi, “eu acreditei que isso aconteceria. Acho mais apropriado e mais leal por parte desses deputados, que fiquem do lado da sua origem, de seus colegas, daqueles que os elegeram”.

Equilíbrio

Com essa migração, Accorsi vê a possibilidade maior de equilíbrio dentro da Assembleia. Atualmente, a base do governador Ronaldo Caiado (DEM) na casa está consolida com 26 deputados, como já revelou o líder do governo, Bruno Peixoto (MDB). Existe, ainda, a possibilidade de Karlos Cabral (PDT) se juntar a esse grupo.

Apesar do pedetista não estar na conta dos 26, ele já declarou que não deixou a base – mesmo votando contra a PEC da Previdência e o Estatuto do Servidor. Outro nome que não se diz base é Virmondes Cruvinel.

Na mesma situação de Cabral [fora dos 26 consolidados], o parlamentar disse que não conversou ou foi convidado a retornar à base. Além disso, ele reforça que sua postura, na Casa, é de independência.

Então, com este número da base e o reforço na oposição, Adriana afirma que o debate se qualifica. “São deputados que trazem experiência de vida e política. E que vão trazer um debate mais qualificado para que nessa casa possa se discutir os destinos do Estado, sem dizer, simplesmente, amém para o governador. Nosso papel é fazer leis para tornar a vida da população melhor”, destaca.

Ainda conforme Adriana, não se deve confundir esta atuação com oposição cega. “Não acredito em oposição cega, mas propositiva. Se for projeto bom, deve sim votar a favor e o que for contra, debater e mudar, para melhorar para população.”

Nova oposição

O debate qualificado do qual fala Adriana já pode ser sentido na primeira sessão deste ano legislativo. Na data, houve um posicionamento mais duro de três parlamentares que antes se diziam base do governo Caiado: Humberto Teófilo, Major Araújo e Eduardo Prado. Este último, inclusive, fez uso do pequeno expediente para sugerir o impeachment do governador.

O parlamentar afirmou que o governador Ronaldo Caiado cometeu ato de improbidade administrativa ao suspender cerca de R$ 1 milhão de suas emendas para o interior por conta de seu voto contrário na Reforma Administrativa, no ano passado. “Se essas emendas não forem pagas, faço questão de pedir o impeachment do governador Ronaldo Caiado, já que essas emendas fazem parte do Orçamento Impositivo e com isso ele, o governador, estaria cometendo um ato de improbidade administrativa.”