REFLEXOS

“Confiamos na conduta de Alexandre Baldy”, diz Rafael Gouveia

Deputado estadual e presidente do Progressistas metropolitano não acredita que o partido será impactado em Goiás

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A prisão temporária do ex-deputado federal, ex-ministro e atual presidente do Progressistas Goiás, Adriano Baldy, pode ter reflexos na política local. Contudo, Rafael Gouveia, deputado estadual e presidente do Progressistas em Goiânia, não vê desta forma.

“Acreditamos e confiamos na conduta do presidente Alexandre Baldy e cremos que os fatos serão esclarecidos. Quanto ao Progressistas, continuamos com o propósito de que ele será o maior partido de Goiás”, disse ao Mais Goiás.

Rafael já foi pré-candidato à prefeitura de Goiânia, mas, em vez disso, tende a apoiar o pré-candidato do PSD, Francisco Jr.

Baldy

A Operação Dardanários, um desdobramento da Lava Jato, foi deflagrada, na manhã desta quinta-feira (6). Além de Baldy, também foram detidos Rafael Lousa, ex-presidente da Junta Comercial do Estado de Goiás (Juceg) e Guilherme Franco Netto, pesquisador da Fiocruz, e outras três pessoas. As prisões temporárias têm prazo cinco dias, mas podem ser prorrogadas.

Alexandre Baldy, que hoje é secretário de Transportes Metropolitanos do governador João Dória (PSDB), está preso em uma cela da Polícia Federal (PF), em São Paulo. Ele é investigado por um suposto esquema de corrupção.

A ação investiga desvios de verbas feitos na Saúde do Rio e de São Paulo. As ordens de prisão partiram do juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do RJ, que expediu seis mandados de prisão e 11 de busca e apreensão em Petrópolis (RJ), São Paulo, São José do Rio Preto (SP), Goiânia e Brasília.

Conforme exposto da decisão de Bretas pela CNN Brasil, foi possível chegar aos alvos por meio de colaboração premiada de três funcionários da Organização Social (OS) Pró-Saúde, de São Paulo. Trocas de mensagens comprovariam a participação de Baldy no esquema – de 2014 a 2018.

Esses colaboradores informaram que a OS queria celebrar contratos com o governo do Rio e que Baldy usaria sua influência política para auxiliar. Ainda de acordo com o exposto, o dinheiro deixava Rio de Janeiro para abastecer a organização de São Paulo e, então, chegar a beneficiários em Goiás.

Notas

A assessoria de Baldy classificou a prisão como desnecessária e exagerada “por fatos de 2013, ocorridos em Goiás, dos quais Alexandre sequer participou”. Ainda segundo a nota, o também ex-deputado federal “sempre esteve à disposição para esclarecer qualquer questão, jamais havendo sido questionado ou interrogado, com todos os seus bens declarados, inclusive os que são mencionados nesta situação. A medida é descabida e as providências para a sua revogação serão tomadas”.

Governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse que “os fatos que levaram as acusações contra Alexandre Baldy não têm relação com a atual gestão no Governo de São Paulo. Portanto, não há nenhuma implicação na sua atuação na Secretaria de Transportes Metropolitanos. Na condição de Governador de São Paulo, tenho convicção de que Baldy saberá esclarecer os acontecimentos e colaborar com a Justiça”.

Sobre a prisão de Rafael Lousa, o PSDB informou que, durante os governos tucanos, em que ele ocupou cargos na Secretaria da Indústria e Comércio e na Juceg, “jamais tivemos notícia de atos de ilicitude ou ilegalidade por parte dele. O PSDB acredita, portanto, que Rafael Lousa irá demonstrar sua inocência e prestará todas as informações necessárias para elucidar os fatos ora investigados, colaborando com a Justiça”.

A Juceg, por sua vez, disse que a Operação trata de contratos firmados na gestão do ex-governador Marconi Perillo, datados do ano de 2013, com a Fundação de Apoio Fiotec. “A Juceg esclarece ainda que não foi alvo de nenhum mandado por parte da PF e tampouco por parte do MPF na data de hoje e que há, em vigência, desde 2019, quando a nova gestão do Governo de Goiás assumiu, 25 contratos atuais com empresas, nenhuma delas citadas na operação.