Conheça o brasileiro que ajudará Trump a criar sua própria rede social
Acordo foi firmado na última quarta-feira (20)
Com ajuda do deputado federal Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL-SP), o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump pretende lançar uma empresa de mídia. O parlamentar brasileiro é diretor financeiro da Digital World Acquisition e, com a parceria, o americano quer recuperar prestígio que perdeu quando foi banido das redes sociais por incitar a invasão do Capitólio. O acordo foi firmado na última quarta-feira (20).
Ao comemorar, o deputado disse que a rede social prometida por Trump surge para “combater a tirania das Big Techs” e “incentivar uma conversa global aberta, livre e honesta”.
Após incitar a invasão do Capitólio em 6 de janeiro deste ano e tentar impedir a vitória do democrata Joe Biden, Trump foi banido do Twitter, além de ganhar uma suspensão de ao menos dois anos do Facebook.
Conheça o deputado sócio de Trump
Luiz Philippe de Orleans e Bragança é deputado bolsonarista de primeiro mandato. Descende da antiga família real brasileira, é bisneto do príncipe Luís de Orléans e Bragança e trineto da princesa Isabel.
O deputado é o primeiro descendente direto de Dom João VI a chegar ao Congresso, eleito com 118,4 mil votos. Chegou a ser cotado para ser candidato a vice de Jair Bolsonaro, mas foi preterido por Hamilton Mourão.
Entenda a parceria com Trump
Em maio, o deputado brasileiro lançou um intitulado “livro-manifesto pela liberdade de expressão na internet” e contra as grandes empresas de tecnologia que “tem a falsa premissa de defesa da democracia”. A obra é feita seguindo uma coletânea de seus tuítes e compara a moderação nas redes sociais a uma “caça às bruxas ou Inquisição do século XXI”.
Segundo Luiz Philippe de Orleans e Bragança “a liberdade de expressar ideias e opiniões está sob ataque” devido às empresas do Vale do Silício e fatores como “políticas de identidade”.
Deputado é um dos alvos do inquérito das Fake News no STF
Um dos alvos do inquérito das Fake News no Supremo Tribunal Federal (STF), o deputado dedica um capítulo inteiro de seu livro para falar de seu novo sócio, Donald Trump.
O deputado é egresso do mercado, com formaçao em Administração de Empresas na FAAP e mestre em Ciências Políticas pela Universidade Stanford. Trabalhou na multinacional francesa Saint-Gobain e nos bancos de investimento JPMorgan, em Londres, e Lazard Freres, em Nova York, nos anos 1990. No início dos anos 2000, foi também diretor de desenvolvimento de negócios da America Online (AOL) na América Latina.
Se tornou empreendedor, fundando duas empresas no Brasil: a Ikat, que trabalha no ramo de distribuição de autopeças, e a incubadora de tecnologia Zap Tech. Na eleição de 2018, declarou ter R$ 5,7 milhões em bens, em sua maioria aplicações de renda fixa.
O convite para participar da Digital World Acquisition partiu de um investidor e suas funções não representam um conflito de interesse com suas atividades parlamentares, segundo afirma o deputado.
Bragança ganhou projeção no cenário político nacional durante os protestos pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Ele é um crítico do funcionamento da instância mais alta do Judiciário brasileiro. Em 2019, chegou a dizer que “não são necessários milhares de terroristas gerando caos nas ruas quando o STF sozinho é capaz de estragos muito maiores”, diz um dos tuítes que estão em seu livro.