Corte no Fundo Constitucional deve afetar cidades do Entorno do DF
Segundo os dados, que fazem parte da Pesquisa Metropolitana por Amostras de Domicílios (PMAD), 36% dessa população realiza deslocamentos para o Distrito Federal
Um levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF) aponta que a proposta do governo federal de alterar o cálculo de reajuste do Fundo Constitucional (FCDF) pode afetar, além dos 2,8 milhões de habitantes da capital federal, outras 1,4 milhão de pessoas que vivem nas 11 cidades da Região Metropolitana do DF.
Segundo os dados, que fazem parte da Pesquisa Metropolitana por Amostras de Domicílios (PMAD), 36% dessa população realiza deslocamentos para o DF, contribuindo para a economia e, ao mesmo tempo, utilizando serviços públicos.
Em entrevista ao Correio Braziliense, a secretária de Estado do Entorno do Distrito Federal, Caroline Fleury, ressaltou a dependência de Brasília ao Fundo Constitucional. “Brasília depende do Fundo Constitucional para manter saúde, segurança e educação e, para o Entorno, isso é fundamental, pois quanto melhor a capital federal estiver, melhor ficamos também”, avalia.
Cortes podem afetar parceria entre as regiões
Fleury ainda afirma que, quando o Entorno “não está bem”, as pessoas “migram e buscam os serviços na capital federal e vice-versa”. “Por isso, o que a gente precisa é pensar, enquanto região integrada, no desenvolvimento de ambas as áreas (Entorno e DF), uma relação de parceria, para que as duas estejam bem. Não dá para isso ocorrer se o FCDF sofrer cortes”, completa.
Números divulgados pela Secretaria de Saúde do DF apontam que a rede pública atendeu 36.333 pacientes da Região Integrada de Desenvolvimento do DF (Ride-DF) que necessitaram de internação hospitalar entre os meses de janeiro e setembro de 2024. No mesmo período, foram realizados 78.455 procedimentos ambulatoriais de alta complexidade para pacientes da Ride.