CPI aprova convocação de Osmar Terra para explicar ‘gabinete paralelo’
Senadores também aprovaram o nome de várias outras pessoas e autoridades para prestarem esclarecimentos aos senadores
Os senadores da CPI da Covid aprovaram requerimentos para ouvir autoridades que integrariam o que vem sendo chamado de gabinete paralelo, um centro de aconselhamento do presidente Jair Bolsonaro, para assuntos da pandemia, fora da estrutura do Ministério da Saúde. Foi convocado o secretário de Comunicação Institucional, Felipe Cruz Pedri.
Os senadores também aprovaram convocação do deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), que é médico e considerado um dos principais conselheiros do presidente Jair Bolsonaro para temas de saúde. Terra já defendeu publicamente a tese da imunidade de rebanho.
Também, nesse mesmo âmbito, foi aprovada a convocação do ex-secretário de Saúde do Distrito Federal Francisco de Araújo Filho, que chegou a ser detido em operação policial.
Os senadores também aprovaram a convocação da diretora do PNI (Programa Nacional de Imunizações), Francieli Fantinato, fruto de requerimento do senador Otto Alencar (PSD-BA), para dar explicações sobre vacinação para gestantes e também a respeito da obediência ao previsto nas bulas das vacinas.
O mesmo requerimento prevê uma acareação entre Fantinato e a ex-secretária extraordinária de enfrentamento à pandemia Luana Araújo.
Também foi convocado o empresário José Alves Filho e Renato Spallicci, presidente da Apsen Farmacêutica.
Os senadores também aprovaram perícia no sistema do aplicativo TrateCov, que chegou a receitar a hidroxicloroquina.
Além disso, pediram explicações ao Ministério da Saúde sobre eventuais negócios com a médica Nise Yamaguchi, defensora da hidroxicloroquina e que já prestou depoimento à comissão.
Outro requerimento prevê que companhias aéreas prestem informações sobre voos de Yamaguchi, para tentar obter informações sobre eventuais participações em reuniões do gabinete paralelo.
Os senadores também rejeitaram requerimento para convidar o diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Maiurino.
O requerimento era iniciativa do governista Eduardo Girão (Podemos-CE) e visava a apurar irregularidades com os recursos repassados para estados, no âmbito do enfrentamento à pandemia. O senador argumentou na sessão que já são mais de 70 operações da PF para apurar irregularidades.
A votação desse requerimento de seu em separado, sendo derrotado por oito votos a um. Os senadores argumentaram que poderia haver obstáculos judiciais, uma vez que o diretor da PF não poderia informações sobre inquéritos que possam estar sob sigilo.