ENGAVETADA

CPI do Transporte Coletivo morre antes de nascer na Assembleia

Deputados Chico KGL e Iso Moreira retiram assinaturas que seriam necessárias para que CPI fosse instalada

Justiça manda Eduardo Prado excluir publicação que chama Caiado de "Hitler"
Justiça manda Eduardo Prado excluir publicação que chama Caiado de "Hitler" (Foto: divulgação - Assessoria)

Proposta pelo deputado estadual Eduardo Prado (DC), a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que se destinaria a passar um pente-fino no sistema de transporte público da região metropolitana de Goiânia morreu antes de nascer.

Nesta quarta-feira, em sessão ordinária da Assembleia Legislativa que aconteceu pela manhã, o presidente da Casa, Lissauer Vieira (PSB), anunciou o arquivamento do pedido por insuficiência de assinaturas. O requerimento continha assinatura de 15 vereadores – eram necessárias 14. Mas Chico KGL (DEM) e Iso Moreira (DEM) retiraram os seus nomes.  

“O governador Ronaldo Caiado interferiu diretamente para que esta CPI não fosse criada. Escalou o líder do governo na Assembleia, Bruno Peixoto (MDB), para conversar com os parlamentares que haviam subscrito o pedido. Com que intenção? Por que o governo não quer se investiguemos o transporte coletivo? Irei à Polícia Civil e pedirei que essa situação seja passada a limpo”, afirma Eduardo Prado. 

“Os empresários foram pedir auxílio ao governador porque estão com medo. Sabem que uma CPI presidida por mim jamais terminaria em pizza”, completa.

Foi a servidora

Ao Mais Goiás, o deputado Chico KGL nega ter sido convencido por interlocutores do governo. “O deputado Eduardo foi ao meu gabinete e pediu a minha assinatura eletrônica a uma servidora um pouco mais inexperiente, e ela deu. Ele me ligou sim, mas em momento algum eu disse a ele que assinaria o requerimento para abrir esta CPI”. A reportagem não localizou Iso Moreira. 

O arquivamento impede que Eduardo ou qualquer outro deputado apresente, ainda em 2020, o pedido de criação de uma comissão de inquérito para investigar o mesmo objeto. Nova tentativa só pode ser feita em 2021. “Eu continuarei tentando, não vou desistir. E como o presidente da AGR será ouvido pela CPI dos Grampos, eu vou analisar a possibilidade de levar este assunto do transporte coletivo para lá”, afirma Eduardo.