CPI lista políticos que espalharam fake sobre Covid; dentre eles, um goiano
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, no Senado, fez uma lista com 26…
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, no Senado, fez uma lista com 26 políticos que espalharam fake news sobre a Covid-19. Entre eles, apenas um representante de Goiás: o deputado federal major Vitor Hugo (PSL). O site Congresso em Foco divulgou a informação.
Segundo o documento, o político eleito no Estado afirmou que vacinas seriam aplicadas sem testes. Por meio de nota, a assessoria do deputado afirmou que “a publicação feita em seu Twitter em 22 de outubro de 2020 deve ser lida de acordo com as circunstâncias da época. Nessa data, os estudos sobre a eficácia da vacina chinesa, CoronaVac, ainda não haviam sido concluídos – a vacina não havia sido completamente testada e não tinha nenhum resultado publicado sobre isso”.
Ele cita, ainda, que só foram divulgados os resultados dos estudos em 23 de dezembro, dois meses após a publicação. “A solicitação de utilização pelo Butantan só foi feita no dia 8 de janeiro de 2021 e a Anvisa autorizou o uso emergencial no Brasil apenas no dia 21 do mesmo mês.”
Por fim, ele a assessoria informa que “todas as datas aqui relatadas comprovam que o deputado questionava, em sua publicação, o interesse do governador de São Paulo, João Doria, em defender vacina específica antes mesmo de esse imunizante ser considerado comprovadamente seguro e eficaz”.
Sem comprovação
Vale lembrar, em entrevista ao Podcast Poder em Jogo, em junho deste ano, o ex-líder de Bolsonaro na Câmara corroborou uma fala polêmica do presidente e disse que não descartava a possibilidade de ter ocorrido um superdimensionamento da Covid – o que foi não comprovado, inclusive, rebatido pelo órgão responsável. À época, ele afirmou que esta era uma preocupação que isso fosse feito por gestores para aumentar os recursos recebidos.
Naquele mês, quando Bolsonaro fez a afirmação pela primeira vez, o Tribunal de Contas da União (TCU) negou a alegação e afastou o auditor Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques, que produziu o relatório paralelo. Ao chefe imediato, Alexandre chegou a dizer que foi o pai dele que passou o estudo ao presidente Bolsonaro.
Para o TCU, o álibi é uma tentativa de se esquivar. Vitor Hugo avaliou o afastamento como atuação política do TCU. “Se ele, como auditor, aventa essa possibilidade, deveria ser respeitado. Se contrasta de alguns, eles devem refutar no voto, não no afastamento”, declarou.
Lista
Na verdade, a lista de investigação da CPI, traz 26 nomes que contemplam ministros e parlamentares da base do governo e da oposição. A maioria, porém, é do PSL (12), ex-partido do presidente Bolsonaro – hoje sem legenda. Os dois filhos congressistas do gestor – Eduardo e Flávio -, destaca-se, estão na lista.
São eles: Osmar Terra (MDB-RS); Daniel Silveira (PSL-RJ); Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ); Bia Kicis (PSL-DF); Erika Kokay (PT-DF); Carla Zambelli (PSL-SP); Eduardo Bolsonaro (PSL-SP); Coronel Tadeu (PSL-SP); Aline Sleutjes (PSL-PR); Caroline de Toni (PSL-SC); Carlos Jordy (PSL-RJ); Fábio Faria (ministro das Comunicações); Luiz Philipe de Orleans e Bragança (PSL-RJ); Onyx Lorenzoni (ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência); Paulo Eduardo Martins (PSC-SP); Sâmia Bomfim (PSOL-SP); Marcelo Freixo (PSB-RJ); Marco Feliciano (PSC-SP); José Medeiros (Podemos-RN); Capitão Derrite (PP-SP); Marcio Labre (PSL-RJ); Gleisi Hoffmann (PT-PR); Hélio Lopes (PSL-RJ), Alê Silva (PSL-RJ) e Marcelo Álvaro Antônio (ministro do Turismo) – além de Vitor Hugo.