DEPOIMENTO

CPI ouve ex-secretário de saúde do AM com foco em crise e suposta corrupção

No início do ano, o Amazonas viveu um agravamento da crise sanitária, e pessoas morreram sem acesso a oxigênio medicinal

No início do ano, o Amazonas viveu um agravamento da crise sanitária, e pessoas morreram sem acesso a oxigênio medicinal (Foto: Tiago Correa)

A CPI da Covid ouve nesta terça-feira (15) em depoimento, a partir das 9h, o ex-secretário de Saúde do Amazonas Marcellus Campêlo. Ele foi convocado pelos senadores a prestar depoimento sobre a crise aguda na rede de saúde do estado em janeiro deste ano e suposta corrupção na administração estadual.

No início do ano, o Amazonas viveu um agravamento da crise sanitária, e pessoas morreram sem acesso a oxigênio medicinal e insumos hospitalares básicos.

O ministro da Saúde da época, general Eduardo Pazuello, buscou se eximir de qualquer culpa ou omissão quando falou à Comissão Parlamentar de Inquérito, embora tenha sido contestado por senadores. Desde a crise, há uma troca de acusações quanto a responsabilidades, e ninguém foi punido.

Na 4ª fase da Operação Sangria, ocorrida em 2 de junho, a Polícia Federal fez buscas na casa do governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), e prendeu Campêlo, então secretário de saúde. Ele foi solto no dia 7 e pediu exoneração do cargo.

A Operação Sangria investiga irregularidades na gestão da pandemia, como na compra de respiradores e na prestação de serviços para o Hospital de Campanha Nilton Lins, além de supostas fraudes em licitações e supostos desvios de verbas públicas que deveriam ser usadas para combater a pandemia.

A quebra dos sigilos telefônico e telemático de Campêlo foi aprovada pela CPI na semana passada.

O depoimento do governador Wilson Lima à CPI estava previsto para quinta passada (10), mas um habeas corpus concedido pela ministra Rosa Weber, do STF (Supremo Tribunal Federal), na véspera permitiu que ele não comparecesse. Se decidisse ir, Lima seria o primeiro governador convocado a prestar esclarecimentos diretamente aos senadores.

A ministra também permitiu que ele permanecesse calado, caso fosse ao Senado.

A CPI conta com dois senadores do Amazonas como membros: o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD), e Eduardo Braga (MDB).