CPI ouve Osmar Terra sobre gabinete paralelo, kit Covid e previsões erradas
Ele é apontando como um dos líderes do gabinete paralelo. Na sessão, também terá votação de requerimentos
A CPI da Covid ouve nesta terça-feira (22), a partir das 9h, o deputado federal e médico Osmar Terra (MDB-RS), um dos principais aliados e defensores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao longo da pandemia do novo coronavírus.
Terra será questionado pelos senadores sobre a participação no chamado “gabinete paralelo”, de aconselhamento de Bolsonaro à margem do Ministério da Saúde, o apoio ao “kit covid”, conjunto de remédios para a suposta prevenção à covid-19 sem eficácia comprovada, e as previsões erradas que ele deu que minimizavam o impacto da crise sanitária que já matou 500 mil pessoas no Brasil. .
Ele é apontado por parte dos membros da Comissão Parlamentar de Inquérito como um dos líderes do “gabinete paralelo” ao lado do empresário bilionário Carlos Wizard, do ex-assessor especial da Presidência Arthur Weintraub e da médica oncologista Nise Yamaguchi.
O deputado ainda é crítico de medidas de distanciamento social e lockdown implementadas por governadores, na linha do que pensa Bolsonaro. Osmar Terra foi ministro da Cidadania do início do atual governo, em janeiro de 2019, até fevereiro de 2020.
Cláudio Castro e Witzel
A CPI também prevê votar uma série de requerimentos, incluindo a convocação do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro Kit C(PL), também aliado de Bolsonaro, e a realização de uma sessão reservada para ouvir novamente o ex-governador do estado, Wilson Witzel.
Na quarta (16), Witzel disse aos senadores ter um “fato gravíssimo a revelar” relacionado a possíveis intervenções do governo federal em sua administração, mas só poderia dizê-lo em uma sessão em segredo de Justiça.
A CPI deve votar ainda a convocação do secretário estadual de Saúde do Rio, Alexandre Chieppe, e de representantes do Facebook e do Google, pedidos de informação e quebras de sigilo bancário, fiscal, telefônico e telemático de hospitais e instituições que podem estar envolvidas em supostos esquemas de corrupção.
O colegiado prevê ainda a votação de audiência com o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), na condição de representante do Fórum dos Governadores e pedido de auditoria do TCU (Tribunal de Contas da União) sobre gastos da União em todas as “motociatas” que contaram com a presença de Bolsonaro.
Confira a agenda de depoimentos da semana:
- Terça (22): Osmar Terra, deputado federal;
- Quarta (23): Francisco Emerson Maximiano, sócio-administrador da Precisa Medicamentos;
- Quinta (24): Filipe Garcia Martins, assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência;
- Sexta (25): Jurema Werneck, representante do Movimento Alerta, e Pedro Hallal, e epidemiologista