CPI vai investigar serviços e investimentos feitos pela Enel
Uma Comissão Especial de Inquérito (CPI) será instaurada na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) para…
Uma Comissão Especial de Inquérito (CPI) será instaurada na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) para investigar se a Enel Distribuição Goiás tem cumprido o contrato firmado com o Governo Estadual. Serão analisados os serviços e investimentos da empresa italiana no estado.
A proposta de instauração da CPI é do deputado estadual Henrique Arantes (PTB). Segundo ele, contrato com a empresa prevê investimentos de R$ 1 bilhão por ano em melhorias para a qualidade do serviço prestado e hoje existem apenas indícios e pistas de que isso não tem sido cumprido. Ao Mais Goiás, o parlamentar argumenta que em 2018 encaminhou requerimentos para que a Enel apontasse os gastos e investimentos realizados mas não obteve retorno.
Ele diz que a última preocupação é em relação à reestatização ou não da Celg D. “Pra mim, e acho que pra grande parte dos goianos, não importa quem é o dono [da Celg]. Queremos só que a empresa faça distribuição de energia de qualidade. Eles ajustaram a tarifa de energia e não fizeram investimentos. Então não justifica”, enfatiza Henrique.
Na manhã deste sábado (16) o presidente da Alego, Lissauer Vieira (PSB), afirmou, em Rio Verde, que o Legislativo goiano não vai se omitir sobre o assunto. “Há um sentimento na Casa de que é necessário analisar com profundidade os termos da privatização da Celg, notadamente acerca dos compromissos que a Enel teria de cumprir para efetivar do contrato firmado com o Estado”, disse Lissauer.
Segundo Henrique Arantes, o documento que solicita a instauração da CPI já tem todas as assinaturas necessárias para ser apresentado. Os trabalhos devem ter início em cerca de duas semanas.
Histórico
A Enel concluiu a compra da Celg D no início do passado e prometeu realizar investimentos em Goiás na ordem de R$ 2 bilhões. A empresa já realizou ações que beneficiam os cidadãos, como a troca de geladeiras e de lâmpadas, além de descontos na compra de eletrodomésticos para clientes em situação de vulnerabilidade, visando a economia no consumo.
Em contrapartida, a empresa italiana foi considerada a pior distribuidora de energia do País, segundo o ranking de 2017 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Só na última semana, a Aneel decidiu restringir a distribuição de dividendos da Enel Goiás por descumprimento de indicadores de qualidade. E determinou que, em dez dias, a empresa apresente um plano emergencial de resgate de qualidade dos serviços prestados no Estado.
Além disso, apenas nos primeiros 21 dias de 2019, o Procon Goiás registrou 184 reclamações de consumidores contra a empresa. Dentre os atendimentos, 80 estão relacionados a cobranças indevidas no fornecimento de energia elétrica. Em janeiro deste ano, o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) entrou com ação civil pública para garantir distribuição de energia à cidade de Minaçu, que enfrentou problemas durante três dias.