Cristiane Brasil: de ‘musa da Terceira Idade’ a quase ministra, relembre a trajetória
Desde que ingressou na vida pública, em 2011, ela foi vereadora, secretária, deputada federal e não assumiu o extinto Ministério do Trabalho por uma questão jurídica
De musa da Terceira Idade, apelido que ganhou quando foi nomeada pelo ex-prefeito Cesar Maia para uma pasta especializada no atendimento a idosos, a quase ministra do Trabalho, no governo Michel Temer, Cristine Brasil Francisco é filha do ex-deputado federal e presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson. Advogada, mãe de dois filhos, começou na vida pública em 2001, como advogada terceirizada de uma empresa que prestava serviços para a Eletronuclear. Na pasta, implantou em praças públicas, os primeiros equipamentos de ginástica adaptados para idosos na cidade.
Cristiane chegou a disputar a eleição para a prefeitura contra Eduardo Paes em 2008, mas ficou fora do segundo turno. Depois de apoiar Paes, voltou a ocupar a mesma pasta, rebatizada como Secretaria Especial do Envelhecimento Saudável. Este ano, a ex-deputada chegou a lançar a pré-candidatura à prefeitura. E nos últimos dias articulava uma chapa em dobradinha com o deputado federal Luiz Lima (PSL), na qual seria a vice. A possível chapa apostava na proximidade ideológica com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) como alternativa do voto conservador na cidade. Roberto Jefferson, pai de Cristiane Brasil, é um dos líderes do Centrão, que integra a base de Bolsonaro no Congresso Nacional. Jeffeson também integrou a tropa de choque do ex-presidente Fernando Collor de Mello.
Nesta sexta-feira, Cristiane reforçou a ligação ideológica com Bolsonaro com uma postagem no Twitter, na qual protestou contra o pedido de prisão contra ela. Na mensagem, ela cita uma passagem bíblica, que na campanha era repetida por Bolsonaro. “Me impediram de ser ministra, tomaram meu mandato de deputada e agora tentam me tirar da eleição para prefeita do Rio. Não vão calar minha voz. Jo 8:32 ‘E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará’. Nada temo”, escreveu.
Antes de tentar carreira nacional, Cristiane Brasil teve três mandatos de vereadora, eleita em 2004, 2008 e 2012. Conquistou apenas um mandato como deputada federal, quando foi eleita em 2014, com 81.817 votos. Em 2018, não repetiu o desempenho e ficou de fora do Congresso Nacional com pouco mais de 10 mil. Em janeiro de 2018, em um acordo com Roberto Jefferson, o então presidente Michel Temer nomeou a ex-deputada para ser titular do Ministério do Trabalho. Não assumiu, em meio a uma polêmica judicial. A indicação de Cristiane para o cargo foi questionada por várias entidades porque ela havia sido condenada numa ação trabalhista movida por um ex-motorista que prestava serviços para ela.
Além da questão judicial, outro fator acabou contribuindo para o desgaste do nome de Cristiane, antes mesmo de assumir o cargo. Também em janeiro de 2018, veio a publico um vídeo em que ela aparecia em um barco cercada por quatro homens sem camisa, no qual se defendia das acusações na Justiça do Trabalho. Semanas depois, o PTB abriu mão da nomeação.