Dados desmentem resposta de Bolsonaro sobre uso do cartão corporativo, diz deputado goiano
O deputado federal Elias Vaz (PSB) vai anexar ao pedido de urgência no julgamento de…
O deputado federal Elias Vaz (PSB) vai anexar ao pedido de urgência no julgamento de auditoria do cartão corporativo da presidência novos dados sobre gastos do governo Bolsonaro. Parlamentar apresentou na semana passada relatório, enviado ao Tribunal de Contas da União (TCU), com dados sobre o uso dos recursos considerados em excesso pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).
O parlamentar descobriu que, somados, os cartões da presidência, da Agência Brasileira de Inteligência e do Gabinete de Segurança Institucional ultrapassam a marca de R$52, 9 milhões. Os dados, segundo ele, desmentem a tese do presidente de que o cartão corporativo seria utilizado para despesas com guarda-costas.
Elias Vaz também identificou que, ao longo de 2021, a Presidência da República empenhou e gastou R$ 4.572.209,25 com diárias destinadas a militares que integraram as comitivas de Bolsonaro e Mourão, todos sob o comando do Gabinete de Segurança Institucional.
Assim, essas despesas não seriam pagas com cartão corporativo, tendo em vista que o próprio agente realiza o pedido e a prestação de contas pelo Sistema de Concessão de Diárias e Passagens do Governo Federal (SCDP), recebendo o dinheiro em sua conta bancária.
Gastos do cartão corporativo de Bolsonaro
Levantamento do deputado federal aponta que R$ 4,5 milhões foram empenhados e pagos por meio da Ação Orçamentária 4693 – destinada a gastos com segurança institucional no orçamento público. Pagamentos teriam coberto segurança do presidente, do vice, de familiares e outras autoridades.
Outro fato que contesta a justificativa apresentada para os gastos está no pagamento de passagens aéreas aos integrantes da equipe de segurança institucional com o uso dos cartões.
Os recursos estão carimbados com a Ação Orçamentária 4693. No ano passado, a Presidência gastou R$ 5.992.662,01 com passagens destinadas a Ação Orçamentária acima. Desse total, R$ 5.343.616,93 foram pagos à empresa Miranda Turismo e Representações LTDA no contrato 09/2019. Esse contrato foi obtido por meio do Pregão n° 35/2018.
“A verdade é que os gastos dessa comitiva não são computados no cartão da presidência e sim nos cartões da Abin ou do GSI”, critica. “Essas contradições do presidente indicam que tem algo errado nessa história dos gastos do cartão corporativo. E essa situação precisa ser explicada”, afirma o deputado goiano.
Bolsonaro diz que gastos são feitos com comitiva
O presidente reconheceu que os valores são altos, no entanto, justificou a apoiadores. “Meu gasto é grande, sim. Amanhã e quarta eu vou gastar uns 300 mil no cartão corporativo, com duas viagens ao Nordeste. Quase tudo aqui é financiado com cartão corporativo. Eu posso ir ao Nordeste com dois seguranças? Não, eu tenho que ir com 50. Combustível, alimentação do pessoal, pedágio”, argumentou.