Daniel Vilela critica emedebistas que mantiveram veto a homenagem a Iris
O presidente do MDB em Goiás, Daniel Vilela, criticou os vereadores de Goiânia por manterem…
O presidente do MDB em Goiás, Daniel Vilela, criticou os vereadores de Goiânia por manterem o veto do prefeito Rogério Cruz (Republicanos) à homenagem a Iris Rezende – falecido no fim do ano passado. O ex-prefeito da capital e ex-governador de Goiás teria o nome colocado no lugar de uma das principais de vias da cidade, a Avenida Castelo Branco.
Daniel criticou, principalmente, os vereadores do MDB que votaram pela manutenção – da sigla, somente Clécio Alves e Izidio Alvez tentaram derrubar veto. “Lamentável que os vereadores de Goiânia tenham rejeitado o projeto que daria o nome do nosso grande líder Iris Rezende à Avenida Castelo Branco. A Câmara erra – e principalmente os vereadores do MDB -, ao não conceder tal honraria àquele que tanto fez por Goiás e por Goiânia”, escreveu.
E ainda: “Se existe em Goiás algum nome mais apropriado para batizar uma agrovia (dado o perfil comercial daquela via) do que Iris Rezende, eu desconheço. Foi um dos maiores ministros da Agricultura da história do País, reconhecido internacionalmente pela modernização do setor.”
Lamentável que os vereadores de Goiânia tenham rejeitado o projeto que daria o nome do nosso grande líder Iris Rezende à Avenida Castelo Branco. A Câmara erra – e principalmente os vereadores do MDB -, ao não conceder tal honraria àquele que tanto fez por Goiás e por Goiânia. pic.twitter.com/yBKo9rr6uD
— Daniel Vilela (@DanielVilela15) February 22, 2022
Manutenção do veto
A manutenção ao veto ocorreu nesta terça-feira (22). Após pressão de empresários ligados ao Sindicato do Comércio Varejista no Estado de Goiás (Sindilojas), a Câmara manteve a decisão de Rogério Cruz com placar de 24 votos a 8.
O vereador Clécio Alves (MDB), autor do projeto de homenagem a Iris, disse que a atitude dos vereadores que mantiveram o veto “envergonha” o ex-prefeito Iris Rezende. “Alguém me aponte um prego que Castelo Branco colocou em Goiânia! Um ditador, um algoz, que envergonha Goiânia e o Brasil”, criticou.
Após votos contrários do MDB, Clécio Alves renunciou à liderança do partido na Câmara Municipal.
Confira como votou cada um (sim era pela derrubada):
- Aava Santiago (PSDB) Sim
- Anderson Bokão (União Brasil) Não
- Anselmo Pereira (MDB) Não
- Bruno Diniz (PRTB) Não
- Cabo Senna (Patriota) Não
- Clécio Alves (MDB) Sim
- Edgar Duarte PMB Não
- Gabriela Rodart (DC) Não
- Geverson Abel (Avante) Não
- Henrique Alves (MDB) Não
- Izidio Alves (MDB) Sim
- Joãozinho Guimarães (SD) Não
- Juarez Lopes (PDB) Não
- Kleybe Morais (MDB) Não
- Leandro Sena (Republicanos) Não
- Léia Klébia (PSC) Não
- Lucas Kitão (PSL) Não
- Luciula do Recanto (PSD) Não
- Marlon Teixeira (CID) Sim
- Mauro Rubem (PT) Sim
- Paulo Henrique (PTC) Sim
- Pedro Azulão Jr (PSB) Não
- Pastor Wilson (PMB) Sim
- Raphael da Saúde (DC) Não
- Ronilson Reis (Podemos) Não
- Sabrina Garcez (PSD) Não
- Sandes Júnior (PP) Sim
- Sargento Novandir (Republicanos) Não
- Thialu Guiotti (Avante) Não
- Willian Veloso (PL) Não
CDL contrária
Ainda no ano passado, a Câmara de Dirigentes Lojistas da capital (CDL) se manifestou contrária a mudança – não só para homenagear Iris, mas também a cantora Marília Mendonça. Em carta aberta, disse que essas alterações podem gerar transtornos como prejuízos ao poder público, aos comerciantes e aos moradores, além de interferir na identidade de regiões históricas da cidade.
“O excepcional legado deixado por Iris Rezende e por Marília Mendonça, que faleceram recentemente, é inquestionável. Essas duas personalidades goianas, cada uma em sua área de atuação, tornaram-se referências não só no Estado de Goiás, mas em todo o país, merecendo, portanto, distintas homenagens. Ocorre que tais honrarias não podem, de forma alguma, gerar transtornos ou prejudicar a vivência da população local.”
A CDL argumenta que a prefeitura teria uma quantidade significativa de placas para substituir na cidade, enquanto os comerciantes teriam que arcar com despesas de alteração de “placas e fachadas; atualizações de documentos, contratos e cadastros; substituição de todo material de comunicação e de divulgação das empresas; dificuldade para que os clientes, principalmente os não habituais, se orientem nas vias; problemas na entrega de correspondências e mercadorias, dentre tantos outros transtornos e gastos impostos aos moradores e empresários instalados nessas regiões”.
Filha de Iris
O veto do prefeito Rogério teve justificativa da Procuradoria-Geral do Município (PGM). Segundo o órgão, para que a mudança de vias públicas aconteça é preciso apresentação, discussão, votação e aprovação da maioria dos moradores da região.
A filha de Iris, Ana Paula Rezende, publicou no último dia 14 um texto com críticas ao gestor da capital. “Como já ocorreu em diversas capitais, a Lei Orgânica de Goiânia permite a mudança de nome de logradouros que homenageiam ditadores ou pessoas ligadas à ditadura militar no Brasil (de 1964 a 1985). É uma pena que o pensamento de muitos seja tão pequeno”, disse em trecho.
É bom lembrar que a via homenageia Humberto de Castelo Branco, o primeiro presidente da ditadura militar brasileira, escolhido de forma indireta, em 1964, após um golpe civil-militar. Iris Rezende teve seu mandato cassado pelo regime, em 1969, após o Ato Institucional número 5 (AI-5), e seus direitos políticos suspensos.