COLUNA DO JOÃO BOSCO BITTENCOURT

Debandada de prefeitos do PL fortalece Daniel Vilela para 2026

Senador Wilder Morais perde prefeitos e vê o projeto para governo do estado enfraquecido

Daniel: projeto fortalecido (foto divulgação)

O jogo da sucessão estadual em Goiás ganhou um novo capítulo com a debandada de prefeitos do PL rumo ao União Brasil e ao MDB. O movimento, que já vinha se desenhando nos bastidores, ganhou força diante da insatisfação dos gestores municipais com o comando do partido no estado, sob a liderança do senador Wilder Morais. O principal beneficiado com essa reconfiguração política é o vice-governador Daniel Vilela (MDB), que consolida sua posição como favorito para a sucessão de Ronaldo Caiado em 2026.

A movimentação não é pequena. Ao menos seis prefeitos do PL já confirmaram adesão ao União Brasil, sob a justificativa de ampliar parcerias com o governo estadual e evitar um isolamento político. O caso de Simone Ribeiro (Formosa) e Jacó Rotta (Cabeceiras) chama a atenção: ambos são ligados ao presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás, José Mário Schreiner, um dos principais articuladores da aliança entre o MDB e o União Brasil.

Nos bastidores, comenta-se que outros prefeitos do PL podem seguir o mesmo caminho, preocupados com a falta de articulação de Wilder Morais e sua dificuldade em viabilizar um projeto estadual competitivo. A ameaça velada de um líder do PL de acionar Jair Bolsonaro para gravar vídeos contra prefeitos que mantêm proximidade com Caiado e Daniel Vilela não surtiu efeito. Pelo contrário: pode ter acelerado a migração.

O prefeito de Novo Gama, Carlinhos do Mangão, já indicou que permanecerá no PL, mas seguirá firme no apoio ao projeto de reeleição do grupo de Caiado e Vilela –  inclusive demonstrando cada vez mais proximidade com o vice-governador. O mesmo ocorre em São Miguel do Araguaia, onde Jerônymo Siqueira mantém forte proximidade com lideranças do MDB, mesmo filiado ao PL.

A fragilidade da estrutura do PL em Goiás expõe um dilema para a sigla: insistir em um caminho de isolamento ou buscar novas composições que permitam manter influência no cenário estadual. Com Wilder Morais perdendo força e Daniel Vilela consolidando apoios, o tabuleiro da sucessão estadual começa a se desenhar com mais clareza. A aliança MDB-União Brasil avança e, ao que tudo indica, terá ainda mais adesões nos próximos meses.