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Debate do Flow: Marçal é expulso e marqueteiro de Nunes agredido; veja vídeo

Duda Lima, da equipe do atual prefeito, levou soco de integrante da equipe do ex-coach. Caso vai parar na delegacia

O oitavo debate entre os candidatos à prefeitura de São Paulo, realizado nesta segunda-feira pelo Grupo Flow, foi marcado por uma confusão no final. Pablo Marçal (PRTBfoi expulso nos segundos finais do programa, repreendido pelo apresentador Carlos Tramontina por usar apelidos pejorativos contra Ricardo Nunes (MDB) — o que era proibido pelas regras do programa. Pouco depois, o marqueteiro de Nunes, Duda Lima, foi agredido por um assessor de Marçal com um soco e deixou o estúdio ensanguentado.

Por que Pablo Marçal foi expulso de debate?

Marçal foi eliminado faltando dez segundos para que concluísse suas considerações finais. O ex-coach, que havia mantido o tom moderado durante o debate, chamou repetidas vezes o prefeito Ricardo Nunes de “bananinha” e prometeu “prender” o emedebista caso seja eleito, citando investigações a respeito da máfia das creches.

Como aconteceu agressão em debate?

A saída do candidato do PRTB do programa foi seguida de um corre-corre, com seguranças e assessores invadindo o estúdio. A confusão foi deflagrada por um soco desferido por Nahuel Medina, integrante da equipe de Marçal, no marqueteiro Duda Lima. Segundo um dos presentes, Medina tentava filmar a expulsão de Marçal com um celular, quando o marqueteiro de Nunes teria pedido licença para o rapaz e levado o soco.

— Esse rapaz deu um soco no Duda Lima, do nada. Ele ficou sangrando, com o rosto pingando sangue no chão — afirmou Leandro Narloch, chefe de comunicação de Marina Helena (Novo).

O que disse o assessor de Pablo Marçal?

Em publicação em suas redes sociais, Medina disse mais tarde que apenas “se defendeu instintivamente”. O homem, um dos responsáveis por produzir os vídeos de Marçal, compartilhou um vídeo em que mostra Duda Lima rindo após o anúncio da expulsão do candidato do PRTB, e aparentemente tentando tomar o celular de suas mãos.

Nunes e seu marqueteiro, que no passado trabalhou também com Jair Bolsonaro (PL), foram para o 16° Distrito Policial (DP), na Vila Clementino, prestar queixa contra Medina. O agressor também foi para a delegacia, acompanhado por um dos advogados de Marçal e por Wilson Pedroso, coordenador da campanha do PRTB.

— Ele (Duda Lima) levou um soco do nada, de uma forma covarde. A delegada achou melhor ele ir para o hospital. Não está se sentindo bem, estava com tontura. Estamos indo para o hospital — disse Nunes na saída da delegacia. Segundo o prefeito, o marqueteiro será atendido no Hospital Sírio-Libanês e só depois prestará depoimento.

Tassio Renam, advogado e coordenador de campanha de Pablo Marçal, disse que Medina foi alvo de uma agressão de Duda Lima antes de desferir um soco no marqueteiro e que um boletim de lesão corporal será registrado por parte da defesa da equipe de Marçal.

— O Medina não está detido. Ele está aguardando o momento de dar o depoimento dele. Ele não saiu na viatura, ele veio dentro do meu carro. Foi na verdade um ato de legítima defesa. O Duda Lima dá uma risada, na esperança de tomar o celular dele, acaba desferindo um golpe que rasga a camisa dele, arranha o peito dele — disse Renam.

Tramontina, o mediador do debate, criticou Marçal por aproveitar o tempo final para “adotar o projeto de sair fazendo tudo aquilo que ele não pode de agressão e desrespeito”.

— Ele claramente usou o tempo final na expetativa de que isso fosse ser o fecho do debate sem nenhuma responsabilização ou consequência — disse o mediador.

A reação dos candidatos

Após o debate, Marina Helena classificou a confusão como “inaceitável”. Em entrevista aos organizadores, a candidata defendeu a prisão do assessor de Marçal e disse que é preciso inteligência emocional porque já precisou “fugir” duas vezes de debates devido a confusões.

— Uma agressão física como essa é inaceitável — disse.

Tabata Amaral (PSB) disse que Marçal “conseguiu mais uma vez” roubar o holofote por não conseguir pautar o debate.

— Tenho certeza que amanhã só vão falar no soco, não vão falar em propostas — disse a candidata, claramente irritada.

Guilherme Boulos (PSOL) também classificou a ação como inaceitável e disse que Marçal é o “boi de piranha” de Nunes, chamando a atenção e evitando que os problemas da gestão do prefeito ganhassem o foco.