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Debate do Mais Goiás: Crise das creches, ataque a ex-ministro e críticas à gestão do lixo dominam 1ª rodada

Veja quais foram os principais temas e embates entre os candidatos presentes

Candidatos à prefeitura de Goiânia no debate do Mais Goiás (Foto: Jucimar de Sousa/Mais Goiás)

O primeiro bloco do debate entre os candidatos à Prefeitura de Goiânia, promovido pelo portal Mais Goiás, realizado nesta quinta-feira (19/9), foi marcado por trocas acaloradas. Os temas circularam em assuntos centrais para a cidade, como a falta de vagas em creches, a saúde pública e até tentativa do candidato Fred Rodrigues (PL) em nacionalizar o debate, trazendo questões polêmicas envolvendo a demissão do ex-ministro Silvio Almeida, a quem chamou de “ministro taradão”.

Havia expectativa de que os seis candidatos filiados a partidos que possuem representação no Congresso Nacional estivessem presentes. Entretanto, o senador Vanderlan Cardoso (PSD), que havia confirmado a participação, acabou cancelando a presença, ainda na manhã desta quinta-feira (19). Neste primeiro bloco, os candidatos tiveram embates diretos definidos por sorteio feito antes do início.

Logo no início do debate, o candidato Sandro Mabel (União Brasil) questionou Matheus Ribeiro (PSDB) sobre suas propostas para resolver a crônica falta de vagas em creches na capital. Ribeiro reconheceu o problema como histórico e apontou que o número oficial de 9 mil crianças sem vagas pode estar subnotificado. Entre as soluções apresentadas, o tucano defendeu a valorização dos profissionais da educação, a conclusão de obras de creches inacabadas e a criação da “creche do trabalhador” por meio de parcerias público-privadas com grandes empresas. Segundo ele, “tratar os profissionais com respeito e valorização” é essencial para o sucesso das propostas.

Tensão no bloco com “ministro taradão”

Em um dos momentos mais tensos do bloco, Fred Rodrigues (PL) cobrou uma postura mais firme de Adriana Accorsi (PT) sobre o caso de assédio sexual que envolveu o ex-ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, a quem ele chamou de “ministro taradão”. Fred questionou o silêncio de Adriana sobre o caso e criticou seu histórico, alegando que a candidata priorizaria a defesa do Partido dos Trabalhadores (PT) em vez de proteger as mulheres.

“A senhora ficou calada com as denúncias contra o ministro. A postura de defesa das mulheres funciona quando é conveniente na eleição?”, disparou Fred, que também criticou o voto de Adriana a favor das “saidinhas” temporárias de presos, sugerindo que isso colocaria as mulheres em risco. Adriana, por sua vez, defendeu-se, afirmando que sua trajetória sempre foi em defesa dos direitos das mulheres e mencionou o reconhecimento de seu trabalho como uma das parlamentares mais atuantes nessa área.

Pedido de desculpas 

Ainda no bloco, Sandro Mabel foi alvo de críticas por parte de adversários, que o acusaram de desmerecer a arquiteta Érika Kneib, em razão de críticas que ela fez à proposta do candidato de liberar faixas de ônibus para motociclistas. Mabel se desculpou, afirmando que, se ofendeu a arquiteta, não foi intencional, e que gostaria de ser desculpado.

Questionado por Adriana Accorsi sobre suas propostas para a saúde, Sandro Mabel ressaltou a importância de focar na rede de proteção às mulheres e nas crianças. Ele prometeu abrir atendimento pediátrico 24 horas em todas as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Centros de Atendimento Integral à Saúde (CAIS), além de renovar as Unidades Básicas de Saúde (UBS) para melhor atender a população nos bairros. “Mulheres não vão precisar se deslocar muito para cuidar de seus filhos”, afirmou Mabel.

Matheus Ribeiro também provocou o prefeito e candidato à reeleição, Rogério Cruz (Solidariedade), ao acusá-lo de transformar “a cidade das flores” na “cidade do lixo”. Rogério Cruz respondeu afirmando que, em sua gestão, não houve crise de lixo e relembrou um período em que a cidade ficou 45 dias sem coleta, quando ainda era vereador. Ele destacou que o “primeiro passo” para resolver a questão foi a licitação para terceirizar a coleta de lixo.

Ribeiro ironizou a resposta, dizendo que o próximo “primeiro passo” que a população aguarda de Rogério Cruz é o que ele dará no dia 1º de janeiro, caso não seja reeleito. O tucano também criticou a proposta do prefeito de construir um “monotrilho voador” na cidade, classificando-a como uma ideia “mirabolante”. Adriana Accorsi, ao comentar o tema, prometeu tomar providências para sanear a Comurg, a empresa pública responsável pela coleta de lixo em Goiânia, caso seja eleita.

Em outro momento do debate, Cruz usou seu tempo para questionar Fred Rodrigues sobre suas propostas para alavancar a economia de Goiânia, lembrando das dificuldades impostas pela pandemia da Covid-19. Fred criticou a gestão do prefeito, afirmando que houve uma má administração das vacinas enviadas pelo Governo Federal, com doses paradas por até 19 dias.

Ele ainda destacou que, enquanto outras cidades migraram para o comércio online, Goiânia deixou seus comerciantes abandonados, especialmente no polo de confecções da Região da 44. Fred prometeu trabalhar essa questão por meio da Secretaria de Empreendedorismo.