Debate sobre suspensão de contratos temporários da prefeitura esquenta na Câmara
Decreto Legislativo será analisado na próxima sessão
Vereadores analisam, na próxima sessão da Câmara Municipal de Goiânia, projeto de decreto legislativo que visa a revogar trecho de decreto do prefeito Iris Rezende (MDB) que suspendeu 3,1 mil contratos temporários da administração. O debate esquentou nas últimas 24 horas, com a revogação de uma liminar que havia dado causa favorável aos trabalhadores.
A Câmara realizaria uma sessão presencial nesta terça-feira; mas, por falta de equipamentos de proteção individual, a sessão foi cancelada. As atividades voltam próxima semana.
Ilegal
A suspensão do contrato de servidores temporários consta em decreto da prefeitura publicado dia 13 de abril, que abrange ao todo 3,1 mil profissionais, sendo 1,4 mil deles, professores. A vereadora Sabrina Garcez (PSD), é uma das autoras do decreto legislativo. Ela entende que as decisões judiciais não entraram no mérito do decreto, ou seja, a legalidade dele.
Sabrina avalia ainda que, a partir da derrubada do decreto do prefeito, caso o Executivo queira derrubar a matéria, será preciso entrar com nova ação judicial.
“Não muda a tramitação do decreto legislativo, pois ele tem força de tirar a vigência do decreto do prefeito. Se a prefeitura quiser garantir o restabelecimento do seu decreto e tem que entrar na justiça que terá que discutir a legalidade. Pra nós é ilegal o decreto e um dos efeitos é deixar os servidores sem salário”, relatou.
O líder do prefeito na Câmara, vereador Welington Peixoto (DEM), explicou que neste caso a derrubada é ilegal, por se tratar de uma situação financeira e que o Legislativo poderia impor despesas do Executivo.
Welington Peixoto diz que não é uma questão simplesmente de concordar ou discordar, mas que se trata de uma ação que pode ter consequências ilegal.
“Infelizmente criaram uma situação que a Câmara não pode intervir. Esse decreto não tem força para derrubar de cunho financeiro, tanto é que foi deferido uma decisão a favor da prefeitura, nós estamos indo pela legalidade, não é que estamos concordando com o que o prefeito fez, mas temos que entender que é uma situação de calamidade e temos que fazer todas as economias possíveis para investir na Saúde”, afirmou.
O vereador disse que a Câmara tem feito a parte dela e devolvido os recursos para o Executivo. Ele ressalta que houve conversa com o procurador da Prefeitura de Goiânia e disse que não há condições legais de fazer o pagamento aos trabalhadores temporários.
“A Câmara está fazendo a parte dela, vai doar os R$ 9 milhões, só que o procurador foi bem claro pra mim e para o vereador Romário Policarpo (presidente da Câmara), e o vereador Zander (Fábio), e destacou que podemos devolver R$ 9 milhões, R$ 20 milhões, pois seria ilegal, pelo fato de eles não estarem prestando serviços. É uma situação complexa. A Câmara está fazendo a parte dela, e todo o dinheiro que está sendo devolvido será aplicado na Saúde.”, declarou.