Defesa de ex-assessor de Flávio Bolsonaro entrega atestado para explicar ausência em depoimento
Segundo MP, documento atesta grave enfermidade do investigado que se submeterá a cirurgia urgente
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) informou que os advogados do ex-assessor Fabrício Queiroz apresentaram nesta quinta-feira atestados “que comprovam grave enfermidade do investigado e que este se submeterá a cirurgia urgente”. Queiroz faltou duas vezes a depoimentos marcados pelo MP para explicar sobre movimentação financeira atípica de R$ 1,2 milhão em suas contas entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, quando trabalhou no gabinete do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro na Assembleia Legistativa do Rio (Alerj). As movimentações financeiras foram detectadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
De acordo com o MP, os advogados de Queiroz informaram ainda que o ex-assessor estará à disposição para prestar depoimento tão logo tenha autorização médica. Na quarta-feira, em entrevista ao SBT, Queiroz disse que as movimentações bancárias são fruto da compra e venda de veículos usados. Apesar da entrevista, Queiroz não explicou por que recebeu tantos depósitos de assessores de Flávio em sua conta e nem a origem do dinheiro. Limitou-se a dizer que vai esclarecer o assunto para o Ministério Público.
Na entrevista, Queiroz também procurou eximir de responsabilidade Jair Bolsonaro — seu amigo desde 1984, quando se conheceram no Exército — e o filho Flávio, chegando a pedir desculpas à família, dizendo que era o único culpado por qualquer erro que tenha sido cometido.
— Meu problema é meu problema, não tem a ver com o Flávio Bolsonaro. Não tem a ver com ninguém. Eu vou responder pelos meus atos — afirmou, acrescentando — Eu sou o problema, não eles.
Sobre a ausência nos depoimentos, ele disse ter vários problemas de saúde, como uma bursite em um dos ombros e um câncer no intestino.
— Minhas filhas não sabem, mas vou falar para não ficarem preocupadas, foi constatado um câncer — disse o ex-assessor na entrevista.