ELEIÇÕES

Delegado Waldir critica candidatos a senador da base governista “tirados da gaveta”

O deputado federal Delegado Waldir (UB), que neste ano pretende disputar a eleição para senador,…

O deputado federal Delegado Waldir (UB), que neste ano pretende disputar a eleição para senador, subiu o tom das críticas contra postulações que ele diz terem sido “tiradas da gaveta”. Em entrevista concedida na manhã desta segunda-feira (20), o parlamentar afirmou que a população não quer candidatos que “representem entidades” ou “este e aquele grupo”, mas sim os que falem a “linguagem do povo”.

“Seria muito feio, em qualquer chapa, dar espaço para um candidato que acabou de entrar no ônibus e que já pede para se sentar na janela. O certo é esperar o lugar dele aparecer. Também é muito feio tirar um candidato da gaveta e colocar [na chapa]”, disse Waldir. A entrevista foi concedida ao Grupo Jaime Câmara.

Waldir é o autor de uma provocação feita ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que a Corte se manifeste a respeito da possibilidade de os partidos políticos lançarem candidaturas avulsas ao Senado, independente de vinculação com a eleição para governador. Tanto ele, quanto outros aliados do governador Ronaldo Caiado que querem seguir esse caminho torcem pelo aval do TSE, por entender a vaga de senatoriável na chapa deve ficar com o presidente da Assembleia, Lissauer Vieira (PSD). É o caso, por exemplo, de Alexandre Baldy (Progressistas).

“Eu não sou egoísta. Temos que dar possibilidade para que todos sejam candidatos a senador. Quem vai ‘rasgar’ a vontade do povo? O povo não quer candidato trazido de entidade, daqui ou dali. O povo quer candidato que fale a linguagem dele, que o represente. Que não se aloje em palecetes e gabinetes com ar condicionado. E que recuse benesses, como eu”, afirmou Waldir.

Delegado Waldir e Marconi

Durante a entrevista, o parlamentar revelou que recebeu convite do ex-governador Marconi Perillo (PSDB) para ser o candidato a senador pelo PSDB (ou, se quisesse, pelo Cidadania). Houve também, segundo ele, conversas com o ex-prefeito de Aparecida e também governadoriável Gustavo Mendanha (Patriota). As sondagens teriam acontecido em abril, antes do fechamento da janela de filiações, e ele explica que optou por não levar a negociação adiante por “lealdade” ao governador.

“Antes do fim do prazo de filiações, Marconi me convidou para ser candidato a senador dele. Voltando ao PSDB ou me filiando ao Cidadania. Tive diálogo também com Gustavo Mendanha. Mas tenho lealdade ao governador Ronaldo Caiado”, afirma o deputado.

Na visão de Waldir, a eventual participação de Marconi na eleição para governador amplia chances de haver segundo turno. “Eu não sou Mãe Dinah, mas em um cenário sem Marconi, Caiado é eleito no primeiro turno. Com Marconi, existe uma possibilidade de segundo turno. Mas eu diria que, hoje, Caiado é quem tem maior afirmação. Caiado é favorito, mas ele não sobe no salto”, disse.