Delegado Waldir mostra estatura para jogar a primeira divisão

Delegado Waldir tem motivo para sorrir para as paredes. Segundo os números divulgados pela pesquisa Serpes/Acieg, está em terceiro lugar na disputa ao Senado por Goiás. Ele ocupa o pelotão de frente dessa corrida ao lado de pesos pesados como Marconi Perillo e Henrique Meirelles. Não é pouco.

É inegável que o grande fato político que a pesquisa trouxe é a surpreendente competitividade de Marconi. Depois da derrota acachapante de 2018, ele mostra números encorpados para a disputa ao Palácio das Esmeraldas mas principalmente ao Senado, onde lidera a corrida. Contudo, não dá para desprezar o feito de Waldir e é nisso que quero me ater nesse texto.

Waldir cresceu na política goiana contra tudo e todos. Figura alheia ao establishment local, apareceu surfando no incipiente crescimento da onda da extrema-direita muito antes de Bolsonaro ganhar o Brasil. Com pouca fluidez retórica, discurso tosco e tido como caricato, Waldir apostou em bordões para se conectar com o goiano. E conseguiu.

Em 2010, teve votação expressiva para a Câmara Federal. Em 2014, foi o mais votado de Goiás. Em 2016, um revés: teve desempenho sofrível na disputa pela Prefeitura de Goiânia com resultado chinfrim. Não se abalou e recebeu uma avalanche de votos em 2018, sendo novamente o mais votado do estado.

Agora, ele se sente gabaritado para voos mais altos. Justo. Novamente, o mainstream da política goiana o menoscaba. A Serpes prova que ele tem estatura para sonhar com mais. Se vai ser bem sucedido ou não, sabe-se lá: não tenho vocação para Mãe Dináh.

Mas o fato é que Waldir se descolou do pelotão usual de deputados federais goianos. E isso por si só já é uma excelente notícia para aquele que outrora era ridicularizado nas rodinhas da intelligentsia goiana.

@pablokossa/Mais Goiás | Foto: Lucio Bernardo Jr. – Câmara Federal