Deputada convida Felipe Neto para projeto sobre contratação de artistas com dinheiro público
A deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) convidou o empresário e youtuber Felipe Neto para ajudar…
A deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) convidou o empresário e youtuber Felipe Neto para ajudar na formulação de um projeto que regulamente a contratação de artistas com dinheiro público. Ela respondeu a uma postagem do próprio Felipe, no Twitter.
“Imagina se o Congresso cria leis que regulamentem a contratação de artistas com dinheiro público. Estabelecendo teto de gasto proporcional a investimentos. Fiscalizando o uso indevido e lavagem. Exigindo que o dinheiro vá para incentivar pequenos e jovens artistas. Que loucura seria”, escreveu Neto.
Bomfim respondeu: “É uma boa proposta, o que vem sendo revelado nos últimos dias pela imprensa é realmente escandaloso. Vamos formular algo em conjunto?”
Oi, @felipeneto! É uma boa proposta, o que vem sendo revelado nos últimos dias pela imprensa é realmente escandaloso. Vamos formular algo em conjunto?
— Sâmia Bomfim (@samiabomfim) May 28, 2022
Polêmicas
Entre recentes polêmicas envolvendo o gasto com dinheiro público na contratação de shows está uma apresentação do sertanejo Gusttavo Lima em uma cidade de 17 mil habitantes. O show foi contratado pela prefeitura de Conceição do Mato Dentro para evento em junho por R$ 1,2 milhão.
O evento, conforme divulgado pela imprensa na sexta-feira (27), teve investimento de 2,3 milhões no total, com a contração de outros artistas, como Bruno e Marrone (R$ 250 mil) e Israel e Rodolffo (R$ 310 mil). O de Lima, contudo, é o mais caro.
Este inclui, até mesmo, a previsão da prefeitura pagar a hospedagem de 40 pessoas da equipe do cantor “no melhor hotel da região”, além de se responsabilizar com os os gastos diários de alimentação até R$ 4 mil. O Executivo ainda deve fornecer músicos, técnicos, produção e o transporte local.
Em nota, a prefeitura – que deve pagar em duas parcelar, uma em abril e outra em junho – disse que tudo foi feito dentro da legalidade. Diz, ainda, que o intuito é atrair turistas, “fazendo assim com que a cidade receba de volta o investimento quase que na sua totalidade em geração de renda, seja no comércio local, nos meios de hospedagem, nos bares e restaurantes, postos de gasolina, padaria, aluguel de casas, locação de espaços públicos, dentre outros, impulsionando a diversificação da economia local”.
Investigação
Na última quarta-feira (25), o Ministério Público de Roraima (MPRR) abriu uma investigação sobre a contratação do cantor com cachê fixado em R$ 800 mil em São Luiz (RR). O município tem população estimada de 8.232 e a apresentação está prevista para dezembro.
Segundo a nota enviada pela equipe do marido de Andressa Suita, “não cabe ao artista fiscalizar as contas públicas”. Ainda segundo o texto, “cabe ao ente público federado agir com responsabilidade na sua aplicação. Não cabe ao artista fiscalizar as contas públicas para saber qual a dotação orçamentária que o chefe do executivo está utilizando para custear a contratação”, acrescentam.
Quando começou
Tudo começou quando o cantor sertanejo Zé Neto, parceiro de Cristiano, criticou a Lei Rouanet em um show bancado com verba de prefeitura. A apresentação ocorreu em Sorriso (MT).
“Nós somos artistas que não dependemos de Lei Rouanet. Nosso cachê quem paga é o povo. A gente não precisa fazer tatuagem no ‘toba’ para mostrar se a gente está bem ou mal”, disse em 13 de maio.
A indireta sobre tatuagem foi à cantora Anitta, que gerou um rebuliço nas redes sociais. Em meio aos comentários, o jornalista Demétrio Vecchioli mostrou que Zé Neto não usa a Rouanet, mas que o show em Sorristo teve R$ 400 mil dos cofres públicos.
Depois da repercussão, o cantor postou um vídeo nos stories do seu Instagram pedindo desculpas. “Nunca, pela vida dos meus filhos, a nossa intenção foi incitar ódio. A gente quis expressar o lado de quem vive do agro, da roça. Peço desculpa a quem entendeu errado.”