RESPOSTA

Deputado Amauri denuncia Luciula por invasão de domicílio

Vereadora também registrou boletim de ocorrência contra o parlamentar da Assembleia

Deputado Amauri Ribeiro (Foto: Reprodução)

Por meio de nota, a assessoria do deputado estadual Amauri Ribeiro (Patriota) informou que o parlamentar denunciou a vereadora por Goiânia Luciula (PSD) por invasão de domicilio e por mandar prender uma menor que está grávida. O texto foi enviado nesta quarta-feira (10).

A reação veio após a vereadora informar que registrou um boletim de ocorrência contra o deputado, na terça (11). Segundo a comunicação do deputado, ele fez a denúncia antes dela.

“Antes da vereadora Luciula denunciar o deputado Amauri Ribeiro, ele a denunciou na Polícia Civil por invasão de dominicilio e por mandar prender uma menor que está grávida.”

Caso Luciula e Amauri

Segundo a coluna Xadrez, de O Hoje, o parlamentar da Assembleia Legislativa disse na tribuna que Luciula merecia um “tiro na cara”. Ainda conforme a o texto, a crítica foi feita por ela ter acionado a Guarda Metropolitana e a Agência Municipal de Meio Ambiente, em denúncia contra uma rinha de galo, na Capital, quando constataram maus-tratos.

“Eu fico puto quando vejo uma vereadora invadindo a casa de um cidadão, que se diz protetora de animais, sem ter ordem judicial. Pra mim, merecia um tiro na cara”, disse na tribuna da Assembleia ao comentar sobre a titularização de terras de assentados no Estado e direito à propriedade.

Ao Mais Goiás, a vereadora disse estar apavorada com a situação. “Não é de hoje que sofro ameaças de morte, inclusive contra meu filho. Desde que participei do resgate dos galos de rinha, no qual eu fui a fiel depositária. O Amauri Ribeiro se sentiu afrontado, porque é a favor de rinhas. Tenho medo das ameaças dele, ele não está de brincadeira.”

A vereadora afirmou, ainda, que viu machismo nas declarações. “Alguém que diz que mereço estar morta e levar um tiro não tem equilíbrio emocional e caráter”, declarou e completou: “Todas as medidas legais e cabíveis serão tomadas, inclusive, vamos pedir escolta policial e medidas protetivas. Me encontro em endereço desconhecido, mudando toda rotina, tenho pavor deste homem e suas ameaças estão me deixando em pânico.”

Resposta

Ao portal, Amauri Ribeiro disse que nunca foi a favor de rinha de galos, mas do criatório, que era o que ocorria na casa invadida. “E sobre o ‘tiro na cara’, eu falei que se alguém invadisse a minha casa, sem mandato e sem ser a polícia, eu faria isso”, explicou.

Ele garantiu, ainda, que a vereadora não precisa temer pela vida. Porém, afirmou que ela responderá na esfera judicial. “Eu tenho nojo de vitimismo.”

Segundo ele, pessoas ligadas a ONGs e sem mandado arrebentaram o portão do homem, que na verdade era a vítima, pois não trabalhava com rinha de galos. “Rinha é proibido, mas criatório não é. Essa vereadora arrombou um criatório.”

Amauri disse, ainda, o homem e a sobrinha de 16 anos foram presos pela Guarda Civil Metropolitana (GCM). “O homem é um coitado. Prenderam ele e vão responder por isso. Eu nem conhecia ele, mas sou contra o ‘grande’ humilhar o pequeno”, desabafou.

“E digo mais: quero que me mostre o mandado para fazer o que fez. Se tiver, eu renuncio. E mesmo que tivesse, teria que entrar é com a polícia. Tudo que foi feito após arrebentar o portão foi ilegal.”

Boletim

Luciula registrou o boletim junto à 13ª Delegacia Distrital de Polícia de Goiânia por volta das 11h15 desta terça. O crime é descrito no documento como “outros fatos atípicos consumados”. No documento, a vereadora destaca a declaração de Ribeiro sobre “levar um tiro na cara” e diz que o deputado “distorceu uma ocorrência bem-sucedida em que estavam presentes a GCM, Amma”, se referindo a uma ação de resgate de animais em que Ribeiro acusou Lucíula de ter “invadido uma propriedade particular”.

Ainda na ocorrência, a parlamentar de Goiânia afirma que entendeu as palavras do deputado estadual como “ameaças” e também “como forma de incentivar outras pessoas a cometerem algum mal contra sua pessoa”. “Que inclusive, após esse discurso do deputado, a comunicante recebeu ameaças e palavras de ódio, proferidas por outras pessoas”.

“A comunicante requer que seja determinada medida protetiva, a fim de assegurar o livre exercício do seu cargo, bem como sua segurança pessoal e de sua família”, finaliza. De acordo com o delegado André Botesini, o crime ainda será especificado, uma vez que Luciula relatou várias situações. O caso foi enviado para a 1ª Delegacia Regional. De lá, a ocorrência deve ser remetida para a Superintendência de Polícia Judiciária (SPJ) que, conforme a Polícia Civil, vai analisar juridicamente e constatar como será o andamento, uma vez que o deputado Amauri Ribeiro tem prerrogativa de foro.