Deputado de Goiás pede que Pacheco deixe plenário do Senado julgar impeachment de Moraes
Presidente do Senado disse que o instituto do impeachment não poderia ser banalizado
Após o planalto enviar o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes ao Senado, o deputado federal por Goiás e aliado de primeira hora de Bolsonaro, major Vitor Hugo (PSL), pediu que o presidente do Senado Rodrigo Pacheco (DEM) permita ao plenário decidir a questão.
“O presidente Bolsonaro teve 57 milhões de votos e representa toda a nação brasileira, Esperamos que o senador Rodrigo Pacheco tenha senso de responsabilidade e da gravidade do momento e permita que o plenário do Senado decida se houve ou não crime de responsabilidade”, escreveu no Twitter.
O PR @jairbolsonaro teve 57 milhões de votos e representa toda a Nação Brasileira. Esperamos que o senador Rodrigo Pacheco (@rpsenador ) tenha senso de responsabilidade e da gravidade do momento e permita que o Plenário do Senado decida se houve ou não crime de responsabilidade.
— Vítor Hugo (@MajorVitorHugo) August 21, 2021
Rodrigo Pacheco sobre o pedido de impeachment
À imprensa, na noite de sexta, Pacheco disse que o instituto do impeachment não poderia ser banalizado e que o processo, além de político, é técnico e jurídico.
“O instituto do impeachment não pode ser banalizado, ele não pode ser mal usado, até porque ele representa algo muito grave, acaba sendo uma ruptura, algo de exceção. Mais do que um movimento político, há um critério jurídico, há uma lei de 1950 que disciplina o impeachment no Brasil, que tem um rol muito taxativo de situações em que pode haver impeachment de ministro do Supremo.”
O presidente do Senado também disse que não se renderia a nenhum tipo de investida para desunir o Brasil. “Vou cumprir meu papel de presidente do Senado, dar conta de resolver esses problemas, tudo que couber a mim em relação a esse pedido de impeachment; qualquer atribuição que caiba à Presidência do Senado, eu vou tomar essa decisão com a firmeza que se exige do presidente do Senado e com absoluto respeito à democracia.
STF
O pedido de impeachment foi feito na sexta-feira (20). O Supremo Tribunal Federal (STF) repudiu a demanda por nota oficial.
“O Supremo Tribunal Federal, neste momento em que as instituições brasileiras buscam meios para manter a higidez da democracia, repudia o ato do Excelentíssimo Senhor Presidente da República, de oferecer denúncia contra um de seus integrantes por conta de decisões em inquérito chancelado pelo Plenário da Corte”, diz trecho.
Em outro momento, o documento afirma que “o Estado democrático de Direito não tolera que um magistrado seja acusado por suas decisões, uma vez que devem ser questionadas nas vias recursais próprias, obedecido o devido processo legal”.
E ainda: “Ao mesmo tempo em que manifesta total confiança na independência e imparcialidade do Ministro Alexandre de Moraes, aguardará de forma republicana a deliberação do Senado Federal.”
Bolsonaro chegou a baixar o tom antes do pedido de impeachment contra Moraes
Em Cuiabá, na quinta (19), o gestor federal baixou o tom e disse querer “paz e tranquilidade”. O presidente também questionou se pedir diálogo seria muito. “Da minha parte, nunca vou fechar as portas para ninguém.”
“A minha voz vai continuar sendo usada. Não estou atacando ninguém, nenhuma instituição. Algumas poucas pessoas estão turvando as águas do Brasil. Quero paz, quero tranquilidade. Converso com o senhor Alexandre de Moraes, se quiser conversar comigo. Converso com o senhor Barroso, se quiser conversar comigo. Converso com o Salomão, se quiser conversar comigo. Ele fala o que ele acha que está certo, eu falo o que acho que está para o lado de cá. E vamos chegar num acordo”, declarou.
Bolsonaro e o STF
Vale lembrar, no último dia 12, Bolsonaro criticou o presidente do STF Luiz Fux por sair em defesa do presidente do TSE.