Consciência Negra

Deputado do PSL quebra peça de exposição sobre Consciência Negra na Câmara

O cartaz trazia uma charge do cartunista Latuff mostrando um policial se afastando com uma arma depois de atirar em um jovem algemado

O deputado Coronel Tadeu (PSL-SP) quebrou uma placa com charge que compunha exposição em homenagem ao Dia da Consciência Negra na Câmara.

O cartaz trazia uma charge do cartunista Latuff mostrando um policial se afastando com uma arma depois de atirar em um jovem algemado.

A peça tinha os dizeres “o genocídio da população negra” e uma explicação com dados do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica) sobre mortes de jovens negros.

“Por sua vez, os negros são as principais vítimas da ação letal das polícias e o perfil predominante da população prisional do Brasil”, dizia a placa.

Parlamentares oposicionistas da bancada negra, como Taliria Petrone (PSOL-RJ), Benedita da Silva (PT-RJ), Aurea Carolina (PSOL-MG) e David Miranda (PSOL-RJ), foram ao Departamento de Polícia Legislativa da Casa e prestaram queixa contra o parlamentar.

Segundo Taliria, os partidos também farão representação no Conselho de Ética da Câmara e irão à PGR (Procuradoria-Geral da República) protocolar representação por racismo.

Deputados confrontaram o parlamentar no corredor depois de ele quebrar a placa, chamando-o de racista. “Isso é uma violência”, afirmou Benedita enquanto apontava para o cartaz, partido em dois no chão.

Nas redes sociais, Coronel Tadeu publicou a imagem da charge. “Policiais não são assassinos. Policiais são guardiões da sociedade, sinto orgulho de ter 600 mil profissionais trabalhando pela segurança de 240 milhões de brasileiros”, escreveu.

A charge foi alvo de manifestações da “bancada da bala” ao longo desta terça. O presidente da frente parlamentar de segurança pública, Capitão Augusto (PL-SP), havia pedido ao presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a retirada do cartaz, dizendo que ele ofendia os policiais.

“Conforme se verifica do conteúdo da imagem, há a absurda atribuição da responsabilidade pelo genocídio da população negra aos policiais militares, prestando-se, assim, verdadeiro desserviço junto à população que trafega pelas dependências da Câmara, retratando negativamente o salutar papel dos policiais militares para a manutenção da ordem pública no nosso país”, afirmou Capitão Augusto no pedido.