Deputado goiano vê gasto de quase R$ 3 mi em 2 meses com cartão corporativo de Bolsonaro
Um levantamento do deputado federal por Goiás, Elias Vaz (PSB), apontou despesa de R$ 2.798.293,23…
Um levantamento do deputado federal por Goiás, Elias Vaz (PSB), apontou despesa de R$ 2.798.293,23 nos meses de janeiro e fevereiro com o cartão corporativo da presidência. Segundo ele, o maior volume foi de gastos diretos do presidente Jair Bolsonaro (PL): R$ 1,8 milhão.
A análise do parlamentar indica, ainda, que outros R$ 696,6 mil são referentes à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e R$ 216,9 mil ao Gabinete de Segurança Institucional. Ele conseguiu os dados no Portal da Transparência.
“É inaceitável que o povo brasileiro continue pagando a conta milionária – e sigilosa- do cartão corporativo do presidente. Chega dessa farra vergonhosa com dinheiro público!”, declara Elias.
Auditoria do cartão corporativo
Vale lembrar, o Tribunal de Contas da União (TCU) abriu uma investigação para apurar os gatos com o cartão do presidente após pedido do senador Fabiano Contarato (PT-ES). A corte vai verificar possíveis irregularidades, após o petista justificar que, nos últimos anos, houve um “aumento considerável”.
Em meados de fevereiro Elias anexou ao pedido de urgência no julgamento de auditoria do cartão corporativo da presidência novos dados sobre gastos do governo Bolsonaro. No começo do mês – quando ele fez o pedido de urgência – , ele apresentou relatório, enviado ao TCU, com dados sobre o uso dos recursos considerados em excesso pelo presidente Jair Bolsonaro.
À época, o parlamentar descobriu que, somados, os cartões da presidência, da Agência Brasileira de Inteligência e do Gabinete de Segurança Institucional ultrapassam a marca de R$52, 9 milhões. Os dados, segundo ele, desmentem a tese do presidente de que o cartão corporativo seria utilizado para despesas com guarda-costas.
Elias Vaz também identificou que, ao longo de 2021, a Presidência da República empenhou e gastou R$ 4.572.209,25 com diárias destinadas a militares que integraram as comitivas de Bolsonaro e Mourão, todos sob o comando do Gabinete de Segurança Institucional.
Assim, essas despesas não seriam pagas com cartão corporativo, tendo em vista que o próprio agente realiza o pedido e a prestação de contas pelo Sistema de Concessão de Diárias e Passagens do Governo Federal (SCDP), recebendo o dinheiro em sua conta bancária.
Bolsonaro sobre o assunto
Naquele momento, Bolsonaro reconheceu que os valores são altos, no entanto, justificou a apoiadores. “Meu gasto é grande, sim. Amanhã e quarta eu vou gastar uns 300 mil no cartão corporativo, com duas viagens ao Nordeste. Quase tudo aqui é financiado com cartão corporativo. Eu posso ir ao Nordeste com dois seguranças? Não, eu tenho que ir com 50. Combustível, alimentação do pessoal, pedágio”, argumentou.
O Mais Goiás solicitou novo posicionamento, por e-mail, ao gabinete de Bolsonaro. Até o fechamento não houve retorno.