Transporte coletivo

Desoneração: “Todos os atores políticos devem arcar”, diz presidente da CMTC

Em entrevista coletiva, Benjamin Kennedy afirmou que estados e municípios devem arcar com despesas como gratuidades e manutenção de terminais

Desoneração: “Todos os atores políticos devem arcar”, diz presidente da CMTC

Em entrevista coletiva realizada na tarde desta sexta-feira (21), o presidente da Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC), Benjamin Kennedy apresentou a proposta de desoneração da tarifa de transporte coletivo da região metropolitana de Goiânia. Para ele, a ideia é envolver Estado e municípios na cobertura de uma série de custos que, se retirados, abaixariam o valor da passagem para R$ 3,25.

“Todos os atores políticos devem arcar”, disse o presidente. “Entendemos que o governo do estado deve arcar com as gratuidades. O custo dos terminais de integração e do transporte acessível deve ficar por conta dos municípios”.

A reunião para definir o reajuste da tarifa estava marcada para esta sexta-feira (21). O aumento de R$ 0,20 foi feito pela CMTC e validado pela Agência Goiana de Regulação (AGR). Entretanto, a reunião foi adiada pela Câmara Deliberativa de Transporte Coletivo (CDTC), acolhendo recomendação feita pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO).

Desoneração: quem vai arcar?

A título de exemplo, Benjamin citou as gratuidades. Ele afirma que o governo do estado deve pagar por elas e que isso está estabelecido em lei desde 1995, mas até hoje não foi cumprido. “O idoso e a pessoa com deficiência representa um percentual de 16,5%. Com isso nós já teríamos uma tarifa de R$ 3,75”, ressaltou.

O presidente ressaltou ainda que o debate sobre o pagamento das gratuidades teve início em 2019, mas que a discussão não foi adiante. “Em 2020 pretendemos colocar esse assunto na mesa. Vamos daqui há uns dias qual será a reação do governo. Esperamos que nós e a promotora sejamos bem recebidos”, pontuou.

R$ 0,20 é só a inflação

Perguntado sobre a justificativa do aumento no valor da passagem, o presidente ressaltou que o cálculo foi feito com base na inflação do período. “Entendemos que o aumento foi pesado, mas foi somente a inflação. Hoje para fazermos o cálculo da tarifa, consideramos os salários dos motoristas, o combustível, a manutenção dos ônibus  e o número de passageiros”.

Menos usuários

Outra questão levantada por Bejnamin foi a redução no número de passageiros. Segundo ele, em 2012 foram registradas 232 milhões de validações no sistema (viagens realizadas). Dessas, cerca de 194 milhões foram pagas e o restante foram passagens gratuitas. Já em 2019, foram 142 milhões de validações, das quais 105 milhões foram pagas, quase a metade do que era pago a sete anos atrás.

“Qual foi a razão dessa perda de manda? Foi o valor da tarifa, que hoje não é barata para o usuário. Pelo contrário, ela onera bastante o bolso do cidadão. E também a qualidade do serviço. Não podemos tampar o sol com a peneira. Sabemos que a qualidade no nosso serviço não é adequada”, disse Benjamin.

Uma das medidas tomadas pela CMTC para atrair novos usuários foi a implantação do CityBus 2.0. Para o presidente, essa medida tem o objetivo de atrair os usuários mais exigentes de volta para o transporte coletivo. “Com esse novo serviço, aquela população mais exigente e localizada próxima à região do centro expandido de Goiânia volte para o transporte coletivo.