Dez fatos sobre o desempenho de Bolsonaro na pesquisa Datafolha
Eleitores, em sua maioria homens, se dividem sobre orgulho do país
Jair Bolsonaro (PSL) manteve a liderança da corrida presidencial na pesquisa do Datafolha nos cenários em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está ausente, com 19% das preferências. O capitão da reserva ganhou terreno no último ano e se consolidou no primeiro pelotão da disputa, mas ainda enfrenta desafios.
1. Bolsonaro tem curva de crescimento, mas desacelera
Em um ano, as menções espontâneas ao nome de Bolsonaro subiram de 8% para 12%, mas o crescimento do pré-candidato desacelerou. Houve oscilações nos últimos meses dentro do eleitorado que puxou sua alta em 2017.
No Sul e no Sudeste, por exemplo, Bolsonaro ficou estável na pesquisa espontânea –melhor maneira de comparar a curva de um candidato, uma vez que o rol de candidatos apresentados aos entrevistados variou ao longo do tempo.
Entre eleitores com curso superior, o pré-candidato do PSL chegou a 19% nesse trecho do levantamento. Há um ano, ele tinha 11% no grupo.
2. Militar vai melhor entre homens e eleitores com mais anos de estudo
Bolsonaro tem índices mais altos entre os homens (26%) do que entre as mulheres (12%). Seu desempenho também cresce entre eleitores com curso superior (25%, contra 11% no segmento com apenas o ensino fundamental).
A divisão regional também é significativa: ele tem 26% no Centro-Oeste, 22% no Sul e no Norte, 20% no Sudeste e apenas 12% no Nordeste.
3. Estável, rejeição é mais alta no Nordeste e entre eleitores com curso superior
Os índices de rejeição de Bolsonaro estão no patamar de 30% desde junho de 2017. Na pesquisa mais recente, o número ficou em 32%.
Sua maior taxa de rejeição surge entre eleitores com ensino superior completo (40%). No grupo com apenas o ensino fundamental, esse número é de 24%. Entre as regiões, o maior percentual de eleitores que disseram não votar em Bolsonaro “de jeito nenhum” está no Nordeste (41%) e o menor, no Norte (20%).
4. Números mostram dificuldades no segundo turno
Bolsonaro só vence uma das cinco simulações de segundo turno feitas pelo Datafolha. Ele teria 36% contra Fernando Haddad, que aparece com 27%.
O presidenciável do PSL perderia para Lula (49% a 32%) e Marina Silva (42% a 32%), e ficaria empatado com Geraldo Alckmin (33% a 33%) e Ciro Gomes (36% a 34% para Ciro).
5. Quase 1/3 gostaria de apoio de Lula a Bolsonaro
O Datafolha perguntou quem deveria receber o apoio de Lula caso o ex-presidente não esteja na corrida presidencial. Entre os eleitores de Bolsonaro, 30% disseram que o petista deveria abraçar o capitão da reserva. Outros 25% afirmaram que Lula não deve apoiar ninguém.
6. Maioria dos apoiadores diz que democracia é melhor, mas 28% preferem ditadura
No grupo que declara voto no militar, 28% disseram que “em certas circunstâncias, é melhor uma ditadura do que um regime democrático”. Bolsonaro é o pré-candidato cujos eleitores apresentam o maior índice de apoio a um regime autoritário.
Outros 53% afirmaram que a democracia é sempre melhor que qualquer outra forma de governo e 16% disseram que “tanto faz se o governo é uma democracia ou uma ditadura”.
7. Eleitor confia mais nas Forças Armadas, nas empresas e no Judiciário
Os eleitores de Bolsonaro confiam mais nas Forças Armadas (87%) do que em qualquer outra instituição. O índice de confiança também é alto para o Judiciário e o Ministério Público (73%), e para as grandes empresas brasileiras (72%).
8. Cerca de 2/3 dizem que paralisação dos caminhoneiros trouxe prejuízos
Assim como os demais eleitores, os brasileiros que declaram voto em Bolsonaro acreditam que a paralisação dos caminhoneiros trouxe mais prejuízos do que benefícios para o país de maneira geral.
Segundo a pesquisa, 65% deles fizeram essa afirmação, e 25% disseram que houve mais benefícios do que prejuízos.
9. Maioria quer controle do governo sobre a Petrobras, mesmo com prejuízo
A maioria dos eleitores de Bolsonaro (61%) disse que o governo deve controlar a Petrobras e baixar os preços dos combustíveis e do gás, mesmo que possa ter prejuízo.
Outros 36% acham que a estatal deve ficar livre para definir seus preços e buscar lucro como as outras empresas. Esse percentual é maior do que no restante do eleitorado: 24% dos entrevistados que preferem outros candidatos concordam com essa ideia.
10. Eleitor de Bolsonaro se divide sobre orgulho com o país
Entre brasileiros que declaram voto no militar, 57% disseram ter mais orgulho do que vergonha de ser brasileiro, enquanto 40% responde que tem mais vergonha do país.
Em relação à economia, esse grupo acompanha o comportamento do restante dos entrevistados: 74% responderam que a situação econômica do país piorou nos últimos seis meses. Apenas 8% afirmaram que melhorou e 18%, que ficou como estava.