Antes de Amado Batista, Sérgio Reis também se posicionou
Vale lembrar, o cantor Sérgio Reis também teve um áudio vazado em que organizava uma manifestação de caminhoneiros para o dia 7 de setembro para apoiar o presidente Bolsonaro. A repercussão, contudo, foi negativa, uma vez que o setor desautorizou sertanejo. Segundo a esposa do músico, ele ficou deprimido com a situação.
“Ele não fez nada por nenhum trabalhador ou caminhoneiro quando era deputado federal, agora quer fazer manifestação com nosso nome a favor de Bolsonaro. Nenhum autônomo está com Sérgio”, disse Vantuir José Rodrigues, presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Cargas de Goiás (Sinditac). “Não aceito nenhum filiado sair em defesa de Bolsonaro.”
E Vantuir não é o único que rechaça o cantor. “Sérgio Reis não representa nem os artistas, quanto mais os caminhoneiros”, disse Plinio Dias, presidente do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Carga (CNTRC) à coluna de Chico Alves, no UOL. “A gente desconhece as pessoas que estão ao lado dele.”
A incitação, inclusive, rendeu mandados de busca e apreensão autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta (20). De acordo com a Polícia Federal (PF), “o objetivo das medidas é apurar o eventual cometimento do crime de incitar a população, através das redes sociais, a praticar atos violentos e ameaçadores contra a Democracia, o Estado de Direito e suas Instituições, bem como contra os membros dos Poderes.”
Convocação de Sérgio Reis
O cantor e ex-deputado federal Sérgio Reis está convovou uma paralisação dos caminhoneiros e agricultores para os dias que antecedem o feriado da Independência, em 7 de setembro. Em um vídeo que circula nas redes sociais, o sertanejo disse que “a cobra vai fumar” se o STF não atender as reivindicações da manifestação a favor do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) como o impeachment de ministros da Corte e o voto impresso.
“Estamos fazendo um movimento para salvar o país. Dia 7 não vamos fazer nada para não atrapalhar o desfile do nosso presidente, que é muito importante”, disse Sérgio Reis, que ainda afirmou que a intenção é pedir uma ação dos militares junto ao presidente da República.
“Nós fizemos uma reunião em São Paulo com líderes do Brasil, caminhoneiros e agricultores. Estamos fazendo um movimento clássico, sem agressões, sem nada. Queremos dar um jeito de movimentar esse país. Sem tumulto, vamos ficar lá, vamos acampar, vai ter um galpão de refeições”, continuou o sertanejo.
Reis disse que ele está preparando uma ação judicial para a manifestação. “Para fazer uma coisa séria, para que o governo tome uma posição, o Exército tome uma posição, mas se o povo não tomar essa posição, nada vai”, declarou. “Vocês que estão afim de salvar o Brasil, vamos com a gente para Brasília”, convidou.
Sem citar nomes, Sérgio Reis afirmou que o movimento contará com a presença de artistas e empresários brasileiros. “Vocês vão se assustar com o movimento, mas a gente é da paz. Não aceito mais a situação que está o nosso país”.
Vale lembrar que, em abril, o cantor se posicionou contra as medidas de restrição durante a pandemia da Covid-19. Na ocasião, ameaçou agredir o governador de São Paulo, João Dória, e o prefeito da capital, Bruno Covas (1980-2021). Sérgio Reis já foi vacinado com as duas doses da vacina contra Covid.