DEFESA

Discurso de Bolsonaro não é eleitoreiro, diz Major Vitor Hugo

Em entrevista ao Podcast Poder em Jogo, do Mais Goiás – que vai ao ar…

Em entrevista ao Podcast Poder em Jogo, do Mais Goiás – que vai ao ar nesta sexta-feira (11) –, o deputado federal Major Vitor Hugo (PSL) comentou as falas de Bolsonaro (sem partido) em sua passagem por Anápolis, na quarta-feira (9). Na ocasião, o gestor voltou a dizer que houve fraude nas eleições em 2018, defendeu a hidroxicloroquina e acusou o superdimensionamento de mortes pela Covid. Para o parlamentar, não se tratou de discurso eleitoreiro, mas do que o presidente “sente e acredita”.

“Está fazendo o que sempre fez, dizendo o que ele acredita. Não vejo aspecto eleitoreiro”, diz o deputado federal por Goiás. Vitor Hugo, inclusive, também não descarta a possibilidade de ter ocorrido um superdimensionamento da Covid. O congressista afirma que era uma preocupação que isso fosse feito por gestores para aumentar os recursos recebidos.

O Tribunal de Contas da União (TCU) já negou a alegação e afastou o auditor Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques, que produziu o relatório paralelo. Ao chefe imediato, Alexandre chegou a dizer que foi o pai dele que passou o estudo ao presidente Bolsonaro. Para o TCU, o álibi é uma tentativa de se esquivar. Vitor Hugo avaliou o afastamento como atuação política do TCU. “Se ele, como auditor, aventa essa possibilidade, deveria ser respeitado. Se contrasta de alguns, eles devem refutar no voto, não no afastamento”, declarou.

Bolsonaro em Anápolis

Em Anápolis, Bolsonaro disse em discurso igreja Church in Connection que venceu a eleição de 2018 em primeiro turno. “Eu fui eleito no primeiro turno. Tenho provas materiais disso. Mas o sistema, a fraude – que existiu, sim – me jogou no segundo turno”, declarou. Ele, contudo, nunca apresentou as provas, apesar de repetir o discurso em diversas situações.

Na ocasião, ele também jogou indiretas contra a China por causa da pandemia. “Esse vírus nasceu de animal ou laboratório? Eu tenho na minha cabeça de onde ele veio pra que”, afirmou antes de criticar, mais uma vez, as medidas restritivas tomadas por prefeitos e governadores no País para frear o contágio da doença.

Inclusive, ele voltou a falar sobre as mortes pela Covid. Segundo ele, um acórdão do Tribunal de Contas da União (TCU) dava a entender que houve um superdimensionamento de mortos pela doença para gestores pudessem receber mais verbas.

Em nota, contudo, o TCU já desmentiu o presidente. “O TCU esclarece que não há informações em relatórios do tribunal que apontem que ‘em torno de 50% dos óbitos por Covid no ano passado não foram por Covid’, conforme afirmação do Presidente Jair Bolsonaro divulgada hoje.”