Distritão ou volta das coligações: afobamento impede Brasil melhorar
O distritão foi pras cucuias e o zumbi das coligações partidárias voltou do reino dos…
O distritão foi pras cucuias e o zumbi das coligações partidárias voltou do reino dos mortos. Míseros quatro anos após mudança robusta na legislação eleitoral, a Câmara dos Deputados sepultou aquilo que mal tinha começado. Voltamos ao que vivíamos nas eleições de 2018 para trás. E o pior: sequer deu tempo para avaliarmos os resultados das alterações e já alteramos de novo.
Torço para que o Senado não leve isso adiante. E nem é por que acho que antes era melhor. O meu ponto é que o Brasil tem que dar tempo ao tempo para avaliar e fazer suas escolhas.
Enquanto o brasileiro sofrer dessa síndrome da ejaculação precoce, não há futuro virtuoso possível.
O tempo depura tudo. Atos, escolhas, palavras, ideias. Algo que pareça uma grande bobagem hoje, em 20 anos pode ser genial. Mas também poderá ser uma bobagem ao quadrado. Mas só daqui 20 anos saberemos disso.
As mudanças de 2017 vetaram as coligações partidárias. A intenção era diminuir a quantidade pornográfica de siglas, limitando a suruba de partidos nanicos que só servem de legenda de aluguel para interesses pouco republicanos.
O primeiro teste desse novo modelo se deu ano passado, nas disputas municipais. Preciso reconhecer que o resultado, no primeiro teste, não foi positivo. Cada partido se esforçou ao máximo para lançar a maior quantidade possível de candidatos. Só assim atingiriam o cociente para fazer uma cadeira. E o resultado disso foi uma pulverização partidária gigante nos parlamentos municipais.
Mas não é com uma única experiência que dá para avaliar um novo modelo. É necessário um período maior para avaliar resultados.
Perante à excrescência do distritão, até que a coligação é mais aceitável. Menos pior, na verdade. Mas que não toca no ponto central que é diminuir o número de partidos e dar a eles uma cara ideológica melhor definida.
Se depender do que almejam os deputados, isso não vai mudar. Torço por uma decisão diferente dos senadores.
@pablokossa/Mais Goiás | Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado