ELEIÇÃO | GOIÂNIA

Após desentendimento com partido, Dra. Cristina começa campanha para prefeita

"Só não posso contrair despesas, pois não liberou o CNPJ, mas o que é gratuito estamos fazendo", revela

Dra. Cristina está em campanha desde que TSE deferiu candidatura

Dra. Cristina (PL) garante: “Sigo fazendo minha campanha já com a estrutura dos últimos anos”. Segundo ela, o plano de governo, que é requisito legal, já está registrado. “Estou em campanha desde que o TSE aceitou a minha candidatura.”

Vale lembrar que a candidata à prefeitura de Goiânia conseguiu, junto à Justiça Eleitoral, registrar a sua candidatura. “Só não posso contrair despesas, pois não liberou o CNPJ, mas o que é gratuito estamos fazendo”, afirma. A advogada dela, Nara Bueno, inclusive, faz questão de reforçar que Cristina está na mesma condição de todos os demais postulantes.

“Foi aceita [a candidatura] e ainda será julgada, como qualquer outro candidato. Nenhum foi deferido, até o momento. Ela não está em desvantagem. Está plenamente registrada”, revelou. Segundo a jurista, o prazo máximo para deferimento definitivo é até 20 de outubro.

Queixa crime

Nara Bueno informou, ainda, que, junto com a candidata, esteve no Ministério Público para registrar uma queixa crime contra o partido PL. Segundo ela, culturalmente as pessoas estão habituadas a partidos terem donos e tomarem medidas autoritárias, “mas juridicamente estamos em águas desconhecidas”.

A advogada lembrou que ocorreu a convenção do PL em meados de setembro, onde houve a “voz soberana” com a escolha da Dra. Cristina. Ela diz, então, que foi ferido o princípio democrático, que se sobrepõe a soberania partidária. “Imagine, se dizem: ‘Ainda que mulheres sejam aclamadas em convenções, elas não serão candidatas.’” Nara também lembrou que o partido, no dia 17, homologou a ata com os cargos proporcionais e apoio a Maguito Vilela, candidato do MDB.

“Quando um partido frauda um documento e leva à Justiça Eleitoral, ele comete um crime. O partido cometeu um crime e isso transcende a eleição e afeta o estado democrático de direito, pois a convenção é a voz do partido.” Ela representou tanto à Polícia Federal quanto ao Ministério Público Eleitoral para apurar quem está envolvido na ata fraudulenta. “Essa prática é muito comum, principalmente contra mulheres. Mas é inédito ver uma mulher lutar para ter a sua voz ouvida.”

Ele explica, ainda, que pediu a impugnação do Demonstrativo de Regularidade de Atos Partidários (Drap) da coligação de Maguito, formada por vários partidos, inclusive, o PL, com uma série de medidas: “Pedimos a retirada do PL e o indeferimento do Drap, e confio na justiça.”

Ineditismo

Segundo Nara, será provado, no Drap, por meio de vídeos da convenção na íntegra, transcrição e ata notarial, que houve fraude na convenção, uma vez que Dra. Cristina foi aclamada. Anteriormente, ela havia ajuizado a questão como ação anulatória, mas o juiz eleitoral não julgou o mérito e indicou o Drap.

Sobre até onde pode ir esse imbróglio judicial, ela afirma que acima do TSE, até o Supremo Tribunal Federal (STF), dado o ineditismo jurídico. Questionada se o PL poderia recuar da decisão e endossar Cristina, ela acredita que na parte eleitoral sim, mas não em relação a queixa crime.

Relembre

Vale lembrar, que o PL havia retirado a candidatura de Cristina e fechado apoio ao nome do MDB, Maguito Vilela. À época, ela disse que foi sabotada pela direção da sigla. A candidata lembrou que havia um acordo que ela seria candidata e acusou a Executiva Estadual do PL, o presidente Fábio Canedo e deputada federal Magda Moaffato.

Magda chegou a responder Cristina dizendo que a decisão é do presidente estadual do partido e que a candidatura foi inviabilizada por falta apoio interno e externo. O presidente do PL, Flávio Canedo, também respondeu às acusações dizendo que não houve traição e que “a pré-campanha não teria decolado”.

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