CÂMARA

Eduardo Bolsonaro não consegue assinaturas para CPI da Urna Eletrônica

Filho de Bolsonaro teme pelo futuro, após saída do pai da presidência

Eduardo Bolsonaro (Foto: Lula Marques)

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) disse, em postagem do Instagram, que não conseguiu as 171 assinaturas necessárias para abrir uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) das Urnas Eletrônicas. A postagem foi feita neste domingo (15), no stories da rede social.

Esta CPI serviria para investigar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No texto, o filho do presidente diz não elege os deputados e que olhando para 1964 e os impeachment do País, é importante o olhar o papel popular.

E ainda se referindo a uma seguidora que o acusou de não fazer nada disse: “No mais, pode me trocar em 2022 que seguindo com este seu pensamento e lançando pedras justamente naqueles que tentam fazer algo, se expondo e expondo suas vidas, de fato não vai mudar – tendência até que piore. O que você acha que vai acontecer comigo quando meu pai deixar de ser presidente?

Vale destacar, o deputado tentou abrir a CPI durante as pressões feitas por Bolsonaro pela mudança na forma de votação – pelo voto impresso. Ele tinha sinalizado, em 4 de agosto, que faria o pedido para criação, logo após a abertura de um inquérito pela Polícia Federal – a pedido do TSE -, depois do presidente Bolsonaro citar uma denúncia de hackeamento dos sistemas da corte como evidência de insegurança no processo eleitoral.

(Foto: Reprodução/Instagram)

A proposta de emenda à Constituição (PEC) do voto impresso foi derrotada no último dia 10 por não atingir os 308 votos necessários. Foram 229 contra 218 contrários. Goiás formou maioria pela aprovação da PEC, que acabou enterrada.

PEC do voto impresso

Defendida fielmente por Jair Bolsonaro, a PEC chegou a ser rejeitada na Comissão em que era analisada. Foram 22 votos contra 11, dos que era a favor. Para o relator, deputado Raul Henry (MDB), não havia justificativa para a pauta.

“A população brasileira, depois de 25 anos da utilização da urna eletrônica, reconhece e testemunha a conquista que ela representa. Diferentemente do período em que o voto era em papel, não há nenhuma confirmação de uma única fraude nesse período”, concluiu o parlamentar.

Entretanto, o presidente da Câmara, Arthur Lira (DEM) decidiu dar sobrevida ao projeto e levou a proposta para o plenário da Casa na última terça-feira (10). Se fosse aprovada, passaria ser obrigatória a impressão de um tipo de cédula pela urna eletrônica e depositada num recipiente, durante as votações. Como justificativa, Bolsonaro discursava que havia necessidade do voto impresso para se evitar “fraudes nas urnas eletrônicas” o que, de acordo com o mandatário, já aconteceu. No entanto, Bolsonaro não chegou a apresentar provas para tais denúncias.

No final da votação realizada na última terça, Arthur Lira disse que o assunto do voto impresso está “encerrado” e que é preciso “baixar a temperatura” para a retomada dos debates. Lira também disse que espera que Bolsonaro aceite o resultado da votação.

“Nós trabalhamos para dar um ponto final nessa situação. O esticar das cordas, no meu entender, passou de todos os limites. Temos que trazer para a normalidade”, disse, em entrevista à Globo News, após a sessão.