Eduardo Leite será candidato em 2022 mas sua cabeça não está em 2022
Eduardo Leite tem uma trajetória política que já pode ser considerada extensa, apesar da pouca…
Eduardo Leite tem uma trajetória política que já pode ser considerada extensa, apesar da pouca idade. Já foi secretário municipal, vereador, presidente da Câmara e prefeito, todos cargos em Pelotas (RS), sua cidade natal. É governador do Rio Grande do Sul. Tem apenas 37 anos. Com esse robusto currículo, é natural sonhar com coisas maiores. E ele sonha.
Não estava em seu plano original concorrer nas urnas esse ano. Ele se diz contrário à reeleição. Por isso, ao menos em tese, não disputaria novamente o governo gaúcho. Seu objetivo era entregar a administração estadual e passar um tempo no exterior estudando. Depois, almejava voltar ao país para tentar coisas maiores.
Mas a política é feita de sobressaltos e oportunidades que pintam. A tal da história do cavalo arreado que passa e não se pode desperdiçar. A inabilidade de João Doria ao construir sua própria candidatura no PSDB fez com que os insatisfeitos do partido inventassem o nome de Eduardo Leite e o colocassem para disputar as prévias tucanas contra o governador paulista. Leite participou de debates, viajou o país, deu entrevistas Brasil afora e pegou gosto pela coisa. Perdeu no voto tucano para Doria, mas ganhou em projeção.
Quando parecia que o plano original de estudar na gringa iria se realizar, outro cavalo arreado passou na sua porta. Gilberto Kassab precisa pacificar um partido nem de esquerda, nem de direita e nem de centro e que cabe todo mundo. O PSD tem que ficar fora da disputa entre Lula e Bolsonaro, ao menos no primeiro turno. Para manter a unidade, Kassab precisa de uma candidatura própria. Leite é alguém com nada a perder, o PSD é um partido procurando um candidato. Deu match.
Leite vai viajar o Brasil, participar de debates, dar entrevistas, participar do horário eleitoral. Tal qual fez nas prévias do PSDB, mas agora com exposição infinitamente maior. Vai se tornar conhecido para além dos pampas.
Será chamado de mau perdedor pelos tucanos? Sim. Mas o que isso importa? O eleitor não se liga nessas questões intestinas dos partidos. O que importa de verdade é que Leite tem míseros 37 anos e, com todo conforto, mais 40 ou 50 anos de vida pública.
Quantas eleições presidenciais ele não tem pela frente para disputar ao longo dessas décadas?
@pablokossa/Mais Goiás | Foto: Agência Brasil