Edward Madureira defende outubro como prazo para PT definir sobre candidatura em Goiânia

Com a pré-candidatura ‘na rua’ e ações com a militância petista intensificadas desde a semana passada, o professor Edward Madureira (PT) defende que o partido sacramente o nome que encabeçará a candidatura ao Paço Municipal nas eleições 2024 em Goiânia ainda no segundo semestre deste ano e coloca “outubro” como mês ideal para bater o martelo. 

A tese defendida em entrevista exclusiva ao Mais Goiás se dá por dois motivos: a eleição será dura e o professor é o único entre os três prefeituráveis do PT que não possui mandato. Contexto: a deputada federal Adriana Accorsi e o deputado estadual Mauro Rubem também tem seus nomes na corrida interna da legenda.

A primeira diz que seu foco é o mandato em Brasília, ainda assim lideranças do partido desejam ver sua foto nas urnas. Já Rubem, trabalha para tentar viabilizar seu nome. Em conversa com o MG, ele diz que confia no processo interno do PT e que está tranquilo em relação aos outros concorrentes’. Ainda nesta segunda-feira (03) chegou a postar ao lado de Madureira nas redes sociais. “O PT está preparando uma carta na manga para a prefeitura de Goiânia. Aguardem e confiram!”, legendou.

Leia a entrevista na íntegra com o professor Edward Madureira ao Mais Goiás:

Domingos Ketelbey: Quais foram os desdobramentos da reunião que o senhor realizou na segunda-feira passada?

Edward Madureira: A reunião teve uma repercussão grande dentro e fora do partido. De fato, representações significativas da legenda demonstraram a simpatia e boa vontade com a minha pré-candidatura. Claro que isso mexe com o partido e tem repercussão em todo o partido. As pessoas começam a comentar mais o assunto e entendo que isso é muito positivo. Defendo a seguinte tese: quanto antes o partido definir ou sinalizar mais fortemente em torno de um nome, mais condições teremos de ampliar as conversas dentro do partido e para com outros partidos. A medida que temos um nome definido fica mais fácil essa construção. Claro que a definição vai demorar algum tempo. Eu defendo que seja longo. Não sei dizer se é um mês, dois meses ou três meses.

Domingos Ketelbey: Na sua opinião, qual será o prazo ideal? Outubro?

Edward Madureira: Eu acredito que até metade do segundo semestre seria uma boa referência. Talvez outubro seja uma boa data, é uma opinião pessoal. Porque daria tempo da gente construir, avançar e principalmente na minha situação que entre os três pré-candidatos eu sou aquele que não tem mandato e certamente, entre os três na grande Goiânia eu seja o menos conhecido. Entendo que preciso ter condições de percorrer os bairros, os zonais e os setoriais do PT. Claro que já comecei a fazer isso. Essa semana mesmo já comecei a conversar com outros partidos. A reunião baliza o potencial da pré-candidatura e me estimula a continuar o diálogo.

Domingos Ketelbey: Com quais partidos tem conversado?

Edward Madureira: Eu conversei com a Rede que inclusive, está federada com o PSOL. Ainda não tive essa conversa com o PSOL, mas a conversa com a Rede foi muito boa. No próximo momento pretendo conversar com o PSOL. Conversei com o Cidadania, que está federado com o PSDB. Agendei uma conversa com o PCdoB que já faz parte da Federação do PT e junto com o PV tem nomes que vão apresentar na discussão de partidos. Naturalmente teremos conversas com outros partidos que estão na base do presidente Lula como o PSD e o MDB.

Domingos Ketelbey: O senhor se encontrou pelo menos duas vezes com a Ana Paula Rezende num intervalo de menos de dois meses. A composição entre MDB e PT em Goiás pode se tornar viável?

Edward Madureira: Sim, eu me encontrei com a Ana Paula há duas semanas. A conversa sobre eleição e partido foi muito superficial. A decisão partidária sobre o PT e MDB envolvem estratégias nacionais. O MDB em Goiás, especialmente, já caminhou junto com o PT em outras oportunidades. É um olhar que nem de longe pode ser descartado a possibilidade de uma construção em conjunto. No entanto, ainda é cedo para discutir isso.

Domingos Ketelbey: Hoje o MDB está numa dobradinha consolidada com o União Brasil, do governador Ronaldo Caiado. Isso não atrapalha a aproximação?

Edward Madureira: Eu acho que essa é uma questão para avançar um acordo no MDB, essa questão da União Brasil entra na equação, digamos assim. Com certeza, o governador e o vice-governador é natural que estejam conversando sobre isso. É difícil resolver essa complexa equação neste momento.

Domingos Ketelbey: Mas num hipotético cenário em que um bolsonarista de perfil mais extremado como o deputado federal Gustavo Gayer coloque sua candidatura e esta esteja competitiva. Isso não poderia aproximar o PT de Caiado, em um eventual segundo turno?

Edward Madureira: Eu não me sinto em condição de fazer essa avaliação. Claro que existe racionalmente uma aproximação do União Brasil com o PT que passa por turbulência. Vemos nas votações do Congresso Nacional, apesar do União Brasil pertencer ao Governo, as entregas nas votações não tem atendido ao Governo Federal. Acho que essa parte da resolução passa necessariamente por uma orientação nacional.

Domingos Ketelbey: Como é o processo interno de escolha do PT?

Edward Madureira: No caso da eleição municipal, a palavra está com o diretório municipal que é a instância deliberativa sobre a matéria. Ao longo deste processo, há no PT uma prática de estabelecer um calendário de ações das zonais com suas zonas eleitorais e dos setoriais que são as organizações temáticas. Saúde, educação, cultura… Nesses processos de reunião dos candidatos com a base do partido, isso se consolide e o nome [do candidato] chegue na reunião do diretório com bastante madureza para que a definição ocorra com a menor consequência em termos de divisão. Já disse em outros espaços e no próprio diretório: a decisão do PT é a minha decisão. Como eu vou caminhar é como o partido decidir. Se é com a Adriana ou com o Mauro ou mesmo com o meu, vou caminhar para servir o partido a reconquistar a Prefeitura de Goiânia.