Política

Eleições 2016: Marconi pode lavar as mãos em Goiânia

O desejo de união vem sendo manifestado por Marconi. A preferência dos tucanos é que esse consenso fosse feito em torno de Vecci

Além da renúncia-bomba de Íris Rezende, a sucessão em Goiânia vive o desencontro da base aliada do governador Marconi Perillo (PSDB). Com três nomes lançados, a base buscava pulverizar o eleitorado para garantir a realização do segundo turno. Sem Íris, essa necessidade diminui. Como Francisco Jr (PSD), Giuseppe Vecci (PSDB) e Luiz Bittencourt (PTB) não decolaram, há a tentativa de unificar as candidaturas. Mas não há consenso.

O desejo de união vem sendo manifestado por Marconi. A preferência dos tucanos é que esse consenso fosse feito em torno de Vecci que, por sua vez, foi o único a admitir a saída, no caso de acordo entre os dois. No momento, há razões, mas nã há saída de nenhum deles do processo.

A interlocutores bem próximos, Marconi tem-se mostrado insatisfeito com a situação. O pano de fundo é a eleição de 2018, onde os partidos aliados tentam emplacar um nome. Thiago Peixoto (PSD), Jovair Arantes (PTB) e Lúcia Vânia (PSB) já desenham projetos. Cada um se acha preparado para concorrer. Ao mesmo tempo, seus partidos entendem que é hora de Marconi retribuir o apoio recebido de outros pleitos.

Sob pressão, o governador pode sair pela tangente. Acredita ele que já conquistou tudo o que podia na política em Goiás, sempre vencendo eleições, para deputado estadual, deputado federal, quatro vezes para governador e outra para o Senado. Uma nova eleição para o Senado é o caminho natural, mas pode ter projeto nacional. Ou pode ter a opção de simplesmente ficar quieto, concluir o mandato e deixar os outros líderes da base resolverem a questão das alianças.

Nos últimos dias, vazou uma aproximação com adversários tradicionais, que estariam à procura de caminhos, com a saída de cena de Íris. Pode acontecer no início do ano que vem a filiação de Paulo Garcia a uma sigla aliada. Mais do que isso, haveria um interesse de aproximação com Marguito Vilela, que se apresenta como o plano B viável para uma nova base governista.

Maior que o PSDB e que a sua base, Marconi pode ditar o rumo. Observar seus próprios movimentos é necessário para traçar estratégias para o próximo pleito regional.