CORONAVÍRUS

Eleições 2020: uma alternativa para o fomento da economia brasileira

Em razão da pandemia do novo coronavírus, muito se fala no adiamento das eleições municipais…

Em razão da pandemia do novo coronavírus, muito se fala no adiamento das eleições municipais de 2020. Surgem vozes no Congresso Nacional defendendo que o pleito municipal seja realizado simultaneamente com as eleições gerais em 2022, com a consequente prorrogação dos atuais mandatos. Prefeitos e vereadores do país se entusiasmaram com a ideia.

Ministros do TSE defendem que no momento certo será preciso fazer uma avaliação criteriosa sobre o assunto, mas que a decisão sobre a data das votações deve ser tomada entre fim de maio e início de junho, a depender da situação sanitária do país.

Caso isso aconteça, destacam que a nova data deve ser marcada para dezembro, descartando a possibilidade de prorrogação dos mandatos atuais.

Precoce ou não a discussão sobre a alteração da data das eleições municipais de 2020, providência que compete ao Congresso Nacional, o certo é que o debate começa a ganhar corpo e que qualquer decisão deve ser tomada com extrema cautela e elevado grau de responsabilidade.

Antes de mais nada, é importante considerar que a unificação das eleições é medida que inegavelmente fragilizaria o sistema democrático brasileiro, pois dentre outros significativos retrocessos, abalaria a periodicidade eleitoral de representação do povo, premissa de democracia contemplada na Constituição Federal, afastando o eleitor das urnas e consequentemente das discussões políticas do país.

Como se não bastasse, unificar as eleições significaria extremo prejuízo ao debate eleitoral em torno de temas e necessidades específicos de cada município, uma vez que certamente seria ofuscado pela discussão de questões de relevância para os Estados e União, em razão do maior interesse que as eleições gerais despertam na sociedade e nos meios de comunicação.

Além do debate jurídico, penso que para tal decisão o aspecto econômico deve também ser levado em conta, pois é certo que após o período de isolamento social a ser cumprido pela população brasileira, a economia do país fatalmente se mostrará fragilizada.

E diante desse quadro, é inegável que a realização das eleições municipais atuará positivamente na economia do país, pois a injeção de capital ocasionada será significativa, gerando milhares de empregos e aumentando a demanda por diversos produtos e serviços do mercado.

A título de exemplo, destaco que nas campanhas das eleições municipais de 2016 foram injetados no mercado algo em torno de R$ 2,1 bilhões. Para esse ano, somente o Fundo Especial de Financiamento de Campanha (Fundo Eleitoral) a ser distribuido entre os partidos políticos alcança cerca de R$ 2 bilhões. Isso sem falar nas somas arrecadadas pelas doações de pessoas físicas, e nas provenientes do Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos (Fundo Partidário) e do auto-financiamento, valores que poderão despender os candidatos e partidos em campanhas eleitorais.

Portanto, estima-se que o capital a ser injetado no mercado com a realização das eleições municipais pode suplantar a casa dos R$ 3 bilhões, algo que não pode ser desconsiderado em tempos de crise econômica.

É inquestionável que a saúde da população é o bem maior a ser preservado. Isso não se discute! Porém, penso que no início do mês de junho chegará o momento crucial para a avaliação cautelosa sobre a possibilidade de adiamento das eleições municipais de 2020, mas tenho como certo que para o acerto dessa decisão, o aspecto econômico e o prejuízo democrático que trará a ventilada unificação dos pleitos não podem ser desconsiderados.