ANÁLISE

Eleitores de Aparecida (GO) não costumam votar em políticos locais nas eleições estaduais, diz analista

Aparecida de Goiânia não tem cultura política de votar em candidatos aparecidenses. A avaliação é…

Aparecida de Goiânia não tem cultura política de votar em candidatos aparecidenses. A avaliação é do cientista político Guilherme Carvalho que aponta que a importância da cidade como segundo colégio eleitoral do Estado ainda não se reflete em players políticos próprios no âmbito estadual.

Guilherme Carvalho avalia que Aparecida não elege candidatos próprios porque funcionou como um bom tempo como uma cidade dormitório, onde as pessoas trabalhavam em Goiânia e voltam para Aparecida para dormir. A realidade econômica, entretanto, não é mais essa. Mas ainda assim, não se criou uma cultura de se fazer política de forma municipal.

“Não há muito entre os aparecidenses, a cultura de elevar as autoridades municipais para um plano estadual. Então, é preciso entender que não há uma cultura do aparecidense em votar na prata da casa. O aparecidense vê refletido suas aspirações em autoridades de renome estadual”, aponta.

Migrantes

O cientista político diz ainda que boa parte de moradores não votam em Aparecida de Goiânia. Justamente por ser uma cidade de migrantes e imigrantes, que buscam oportunidades de empregos que são ofertados no comércio e na indústria, os quais muitos não transferiram ou fizeram o título de eleitor para a cidade.

“Embora haja várias lideranças políticas em Aparecida, como o ex-prefeito Véter Martins (PSD), o ex-deputado estadual Marlúcio Pereira (PTB), que são muito poderosos dentro do município, refletem muito pouco no cenário estadual como um todo”, completa.

Essas características traduzem na pouca representatividade que a cidade tem, tanto na Assembleia Legislativa, quanto na Câmara dos Deputados. Hoje, há somente um deputado estadual oriundo de Aparecida. Enquanto no Congresso há o deputado federal Professor Alcides (PL) que tem os pés mais fincados na cidade da região metropolitana (embora vários outros, como Delegado Waldir (UB), com 25.690 votos; Zacharias Calil, com 20.282 votos; João Campos, com 9.914 votos, tenham se beneficiado com a cidade).

Majoritária

Do mesmo modo, embora Aparecida seja um grande reduto eleitoral, o cientista político avalia que é insuficiente para fazer sozinha um governador. Ele aponta que apesar de o pré-candidato a governador Gustavo Mendanha (Patriota) ter sido quase um consenso eleitoral na eleição municipal, os eleitores fazem outra conexão para a eleição estadual.

Guilherme Carvalho aponta que no pleito estadual, as pessoas têm outras preferências, e realizam outras ligações. Já que há ampliação do leque de opções de candidatos e raio de alcance de poder do cargo.

“Além disso, o governador tem se fortalecido no Sudoeste, Sul, Estrada de Ferro e que, somadas, tem muita importância pela sua densidade demográfica e pelos colégios eleitorais que representam. Embora Mendanha seja competitivo, por ter Aparecida, ele seja um consenso na cidade neste cenário”, avalia.