Em Goiânia, Bolsonaro defende governo composto por militares
“Quando se fala em botar militar, é pela sua competência”, disse Jair Bolsonaro na manhã…
“Quando se fala em botar militar, é pela sua competência”, disse Jair Bolsonaro na manhã desta quinta-feira (19) em Goiânia. Ele defende um governo brasileiro majoritariamente formado por militares. O saguão de desembarque do Aeroporto Santa Genoveva estava lotado de apoiadores do pré-candidato à Presidência da República pelo Partido Social Liberal (PSL). Bandeiras do Brasil e de Goiás e palavras de ordem foram entoadas em apoio ao deputado federal. Ele ainda subiu no trio elétrico, de onde discursou.
Segundo Jair, o astronauta e tenente coronel da Aeronáutica, Marcos Pontes, seria o nome para atuar como ministro da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações. Ele disse que o atual ministro, Gilberto Kassab, não sabe a diferença entre “gravidez e gravidade”, afirmando que ele foi colocado no cargo apenas por influência política, em crítica a esse tipo de prática.
Em relação ao Ministério da Defesa, Bolsonaro afirmou que o presidente Michel Temer nomeou o general de Exército da Reserva, Joaquim Silva e Luna, porque “viu que estava dando certo a minha bandeira tinha muito tempo. Não é de agora que eu dizia que tem que tem um general lá”. E criticou o ex-ministro Raul Jungmann, afirmando que ele é comunista e desamarmentista. “É como colocar no centro cirúgico um médico que tem nojo de sangue. Não dá certo”. Ainda foi citado o nome de Paulo Gessinger, conselheiro do deputado, “é reconhecido internacionalmente, mas nunca esteve em governo nenhum e tá graciosamente no amor, no patriotismo, ao meu lado”.
Segundo Bolsonaro, ele está há três anos andando pelo país, buscando in loco as alternativas pra sair da crise em que se encontra. Ele disse que a coligação com outros partidos ainda é estudada e que os números das pesquisas ajudam a saber “se estamos fazendo a coisa certa ou não”. Ele não descarta o General Augusto Heleno como seu vice.
Polêmicas
“Muitos estupros poderiam ser evitados se a mulher, ao invés de ter a Lei do Feminicídio no bolso, tivesse uma pistola na bolsa”, disse Bolsonaro, citando que foram catalogados 200 mil estupros por ano. E defendeu a redução da maioridade penal para quem comete estupro, citando que a deputada federal Maria do Rosário (PT) foi contra na votação da proposta.
“Esse cara [estuprador] tem que apodrecer na cadeia com um companheiro do lado dele”, disse o pré-candidato, rindo. “Gostou?”. Durante a coletiva de imprensa, um repórter foi interrompido por ele quando tentou fazer uma pergunta que envolvia declarações de uma das ex-esposas, Rogéria, pré-candidata a deputada estadual do Rio de Janeiro. “Eu quero que alguém me aponte um áudio meu, um vídeo, eu criticando as mulheres. […] Que ela seja feliz. Ela nem está no meu partido”. “Tenho uma esposa, uma enteada, uma filha. Amo todas elas. Mulher vota, todo mundo vota. Um recado pra elas? Vamos fazer um Brasil melhor. Pra todos”, completa.
Os repórteres ainda questionaram ao deputado federal seus posicionamentos sobre outros temas polêmicos como homossexulidade e cotas. O parlamentar demonstrou preocupação sobre as crianças e a educação brasileiras. “O que eu não posso é a admitir a entrada de material escolar nas escolas para incentivar criancinhas de seis anos de idade a fazer sexo”, disse, enquanto tratava sobre o tema homossexualidade. Mas essa preocupação não é a mesma em relação ao acesso a armas de fogo, afinal, na manhã de hoje ele ensinou uma criança a fazer o sinal de um revólver, enquanto estava em cima do trio elétrico.
Jair ainda acusou um dos repórteres de “se comportar como a grande mídia e dar uma de jornalista padrão”. Justificou que não é racista, pois é genro do Paulo Negão. Em forte crítica às cotas, afirmou que elas devem ser apenas para deficientes.
E disse que ninguém sabe se ele é gay. “Homossexual: você sabe se eu sou gay? Eu também não sei se você é. A nossa vida particular não interessa pra ninguém”, disse. Sobre as afirmações polêmicas e críticas que recebe, o deputado disse que “afinal de contas, nós, parlamentares, temos imunidade para falar e ponto final. Que seje [sic] aos ouvidos de todo mundo a maior besteira do mundo. Mas essa é a essência da democracia e do parlamento”.
Recepção
O saguão do aeroporto Santa Genoveva esteve lotado na manhã Jair Bolsonaro chegou à capital goiana. Palavras de ordem foram fortemente entoadas, várias pessoas vestidos de preto, uma banda militar composta por jovens que também marchavam. Bandeiras brasileiras e de Goiás eram empunhadas. Os apoiadores gritavam diversas vezes que não foram pagos para estar ali.
Em seu discurso, Bolsonaro fez questão de salientar que a ação não era propaganda política, mas que ele apenas estava de passagem pela capital, em caminho a Rio Verde, para uma reunião sobre agronegócio.