"64 nunca mais!"

Em Goiânia, manifestantes homenageiam vítimas da Ditadura Militar

Os manifestantes se reuniram em frente à Catedral da capital, no Centro, e seguiram rumo ao Bosque dos Buritis

Uma manifestação feita na tarde desta segunda-feira (1º), em Goiânia, homenageou as vítimas da Ditadura Militar no estado de Goiás. Os manifestantes se reuniram em frente à Catedral da capital, no Centro, e seguiram rumo ao Bosque dos Buritis. Lá, eles ficariam em frente ao monumento que homenageia mortos, desaparecidos e torturados durante o regime.

Durante a caminhada, eram entoados os nomes das vítimas, seguido do grito “presente!”. Entre os nomes estão Durvalino Ferreira de Sousa, Divino Ferreira de Sousa, Honestino Cruzeiro Guimarães, Ismael Silva de Jesus, Marco Antônio Dias Batista, Orvalino da Silva, Maria Augusta Tomas, Márcio Tomas Beck, João Luz, Paulo de Tarso Celestino.

Os manifestantes também seguiam em silêncio, como forma de luto e eventualmente gritavam “Ditadura Nunca! Democracia!”. Faixas e cartazes pediam justiça, a revisão da Lei da Anistia e diziam “64 nunca mais”. Um dos nomes homenageados foi o de José Porfírio, símbolo da luta dos camponeses de Tromba e Formoso, no norte de Goiás. Ele era líder dos camponeses da região e atuou junto ao poder estadual contra os latifundiários e pela regularização da posse das terras. Porfírio desapareceu em 1973.

Os defensores do regime instaurado em 1964 costumam designá-lo como “Revolução de 1964”, “Contragolpe de 1964” ou “Contrarrevolução de 1964”. O regime teve início com eventos no dia 31 de março e foi concretizado no dia 1º de abril de 1964, quando o presidente democraticamente eleito, João Goulart, ou Jango, foi retirado do cargo.