Em Goiânia, ministro Ricardo Salles critica esquerda ao falar de Meio Ambiente
Segundo ele, grupo não se importava com lixões a céu aberto e saneamento para os brasileiros
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, aproveitou sua fala no simpósio “Desafios ao equilíbrio entre a preservação ambiental e desenvolvimento econômico: os casos do agronegócio, do saneamento e da mineração”, em Goiânia, para criticar os governos de esquerda. Segundo ele, a “esquerda, que ocupou meu ministério”, não se importava com lixões a céu aberto, ou rios condenados e falta de saneamento para 100 milhões de brasileiros.
“Se importou em viajar para Europa, falar da Amazônia e de questões climáticas”, criticou no evento de terça (1º). Segundo ele, 3 mil municípios brasileiros têm lixões. A informação, de fato, é corroborada pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). Desses 3 mil – de 5.570 –, metade ainda utiliza os locais para depositar resíduos sólidos.
Na ocasião, ele disse que conversará com o governo estadual para implantar o projeto Lixão Zero. Este seria colocado por meio da construção de uma planta de reaproveitamento energético com base em resíduos sólidos
Resumo
Salles ainda utilizou parte do discurso para atacar esquerda e veículos de imprensa, enaltecer o presidente Bolsonaro (sem partido) e se dizer perseguido por investigações da Polícia Federal (PF). O ministro é investigado por supostamente ter tentado atrapalhar a investigação da maior apreensão de madeira da história e defender o interesse de madeireiros ilegais.
Por conta disso, na segunda-feira (31), a Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de abertura de inquérito para investigar o ministro. A demanda foi motivada pela já citada notícia-crime apresentada pelo delegado federal Alexandre Saraiva.
Simpósio
Além de Salles, também participou do simpósio a presidente da Comissão do Meio Ambiente na Câmara Federal, Carla Zambelli (PSL/SP). Com intuito de celebrar a Semana do Meio Ambiente, o evento é organizado pelo deputado federal por Goiás, major Vitor Hugo, com apoio da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio-GO) e Sindicato dos Condomínios e Imobiliárias de Goiás (Secovi).
O prefeito de Goiânia Rogério Cruz (Republicanos) e o governador Ronaldo Caiado (DEM) foram convidados, mas não compareceram ao evento.