Em jantar com centrão, Alckmin tem dificuldade de provar viabilidade de candidatura
Pesquisa interna do DEM aponta que a rejeição de Alckmin é de 60% ante 52% do ex-presidente Lula, do PT
O ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) deixou o jantar com integrantes de partidos do centrão nesta quarta-feira (4) sem convencer a cúpula de DEM, PP, PRB, SD e PSC que sua candidatura tem viabilidade.
Participantes do encontro disseram reservadamente que o tucano é bem aceito tanto pessoal como politicamente, mas que não consegue demonstrar condições de crescer nas pesquisas de intenção de voto. Preocupa principalmente o baixo desempenho de Alckmin em São Paulo, estado que governava até abril.
Pesquisa interna do DEM aponta que a rejeição de Alckmin é de 60% ante 52% do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O levantamento indica ainda que o PSDB e seu candidato tem um nível de desgaste considerado irreversível.
A cúpula do DEM quer usar os dados da pesquisa para tentar mostrar aos demais integrantes do bloco que Ciro Gomes (PDT-CE) é um candidato mais viável. Com a pesquisa em mãos, a ideia do comando da legenda do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), é tentar explicar ao eleitor a guinada a esquerda para um apoio o presidenciável do PDT.
Diretórios mais tradicionais do DEM e partidos como o PRB, no entanto, preferem Alckmin. O ex-governador de São Paulo acenou ao centrão dizendo que está aberto a construir a campanha e o governo em conjunto com o bloco. Argumentou ainda que deve crescer nas pesquisas em São Paulo, disse já ter o apoio de quatro partidos (PV, PTB, PSD e PPS) encaminhado, que terá a melhor estrutura de campanha e que tem as melhores propostas.
Os primeiros a deixar o encontro foram os presidentes do DEM, ACM Neto, e do PP, Ciro Nogueira. Eles disseram que a definição do bloco acontecerá somente depois da Copa do Mundo, entre 16 e 20 de julho.
O grupo, que já havia se reunido com Ciro Gomes e Alvaro Dias (PODE-PR), volta a se encontrar na próxima quarta-feira (11).
Juntos, os cinco partidos têm cerca de 150 segundos de tempo de televisão, algo importante para qualquer candidato, ainda mais nesta campanha reduzida. Sozinho, o PSDB tem apenas 78 segundos.