AUTONOMIA

Em nota, Aparecida lembra ao Estado que já adota rodízio para comércio

Município possui regras de isolamento baseados na ocupação dos leitos de UTI

Aparecida vai decidir pela quarentena do governo com base na realidade do município

O prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (MDB), lembrou ao governo do Estado, em nota, que adota o “isolamento social intermitente desde 8 de junho de 2020”. Na manhã desta segunda-feira, o governador Ronaldo Caiado (DEM) disse que assinará um decreto com proposta de quarentena alternada para o comércio e pediu a adesão dos prefeitos à medida.

A nota diz que, apesar de Aparecida ter seu próprio modelo de rodízio, o município pode seguir a orientação do Estado se ela for compatível com a realidade local.

“Essa decisão será tomada com base nos dados técnicos-científicos da realidade de Aparecida de Goiânia”, afirma. “A mudança de cenário leva em conta a ocupação dos leitos de UTIs, que têm sido ampliados. Atualmente, a cidade já conta com 133 leitos de UTIs e semi-UTIs. Contudo, é necessário reduzir o aumento de contágio da doença entre a população para evitar um colapso do sistema de saúde”.

O texto lembra que Aparecida adotou um rodízio que se alterna conforme o avanço do coronavírus. No cenário verde/estável, cada macrozona fecha uma vez por semana, de segunda a sexta – inclusive supermercados e postos de combustíveis. São dez macrozonas no total.

Já no cenário de risco moderado, o amarelo – situação em que o município se encontra -, todas as macrorregiões fecham também aos domingos. “No cenário laranja, cada macrozona fecha duas vezes por semana e a cidade inteira sábado, a partir das 13h, e domingo o dia todo. No cenário vermelho, considerando 14 dias, a cidade tem o comércio fechado regionalmente por dez dias, ficando apenas quatro dias abertos, de modo intercalado”, explica a nota.

Conforme informado por boletim epidemiológico do último domingo (28), Aparecida possui 40 óbitos e 2.599 casos confirmados. Foram 108 novos infectados em 24h. Até a data, eram 43 hospitalizados e 1.582 recuperados.

Quarentena

Deve ser publicado, ainda nesta segunda-feira (29), um decreto que voltará a restringir o funcionamento do comércio e administração estadual temporariamente; apenas atividades essenciais serão mantidas. Haverá uma espécie de lockdown intermitente: estabelecimentos deverão fechar por 14 dias, mas poderão reabrir nos 14 seguintes. O governador pediu compreensão da população durante o período de fechamento. Municípios vão definir se irão ou não aderir.

Segundo o governador Ronaldo Caiado, “a partir de amanhã (30) implantaremos a quarentena no estado de Goiás. Peço a compreensão de todos, serão 14 dias. Peço a todos os goianos que atendam nossas solicitações. Não há espaço para oportunismo ou atitudes egoístas. Respeitem as regras”.

Ele argumentou que crises acompanham a virose, mas que ao salvar vidas haverá maior facilidade para recuperar a economia do estado de Goiás. “Nós teremos a quarentena por 14 dias e que funcionou muito bem no decreto de 12 de março. O que queremos neste momento é chegar a um patamar de isolamento de 55% e conseguiremos dar um achatamento na curva”, declarou.

Vale lembrar que o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que Estados e municípios têm autonomia para deliberar sobre restrições ou flexibilização de atividades durante a Covid-19. O governador reconhece as limitações impostas pelo STF e afirma que não vai extrapolar a competência do Estado.