Em sabatina no Senado, conservador Agusto Aras responde pergunta sobre “cura gay”
Indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) a liderar a Procuradoria-Geral da República (PGR), Augusto Aras…
Indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) a liderar a Procuradoria-Geral da República (PGR), Augusto Aras é sabatinado, nesta quarta-feira (25), no Senado Federal. Conservador, uma das perguntas mais incisivas veio do senador Fabiano Contarato (Rede-ES), que questionou se o candidato a PGR não reconhece a família do capixaba, que é gay.
O questionamento foi feito pois Contarato é o primeiro homossexual assumido a ocupar o cargo, enquanto Aras assinou uma carta da Associação Nacional de Juristas Evangélicos em que se compromete com a pauta cristã. Além disso, o senador foi além: “Eu sou doente?”.
Resposta
Em resposta, o procurador afirmou que a “Constituição disciplina essa questão de uma forma não contemporânea”. Ele afirmou, ainda, que “compreende todos os fenômenos sociais e humanos”, e que não leu a carta inteira quando assinou.
Ainda sobre isso, Aras afirmou que, após a cobrança, percebeu que no documento existe um item “sugere as famílias heterossexuais e monogâmicas têm um enfoque que está superado pelas decisões do STF”. Para ele, o ideal era que o texto constitucional, ao tratar de casamentos, utilizasse o termo “pessoas” e não as palavras “homem” e “mulher”.
Carta
A carta assinada pelo pretendente a Procurado-Geral da República tem nove páginas. Nelas, está dito que ele defenderá e preservará a família como “heterossexual e monogâmica”. Além disso, o documento apoia a “cura gay”, nos casos da decisão ser de consciência livre.
A “cura gay”, também conhecida como “terapia de conversão”,é uma prática pseudocientífica e não tem o reconhecimento da psicologia clínica.
Aras afirmou, também, que não acredita em “cura gay”. “É uma das artificialidades das quais eu não tenho nenhuma consideração de ordem científica. Na medicina, o gênero é homem e mulher, na vida pessoal, cada um que faça sua escolha e seja respeitado como tal”.
Sobre o termo “escolha” na fala de Aras, Fabiano Contara, na tréplica, disse que “não é escolha, não me deram um cardápio para eu escolher o que eu sou. Isso é uma condição de vida, apenas”.
(Com informações da Exame)