Embate entre alas do Pros continuam

O presidente do Pros ainda é Eurípedes Macedo Júnior, segundo o advogado da legenda, Bruno Penna. De acordo com ele, apesar do ensaio de “golpe” no último sábado (11), quando teria havido tentativa de destituição do político do cargo, qualquer pesquisa de certidão junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirma que o goiano permanece na função. Ele diz, ainda, que a tentativa de retirada foi arquitetada, principalmente, por Marcus Vinícius Chaves de Holanda, que assumiria a função, por meio de desgastes ao colega. O membro da Executiva nega. “Ele se desgastou naturalmente”, afirma Marcus, que também contesta a veracidade das assinaturas da nota.

Segundo ele, o líder do partido na Câmara Federal, Acácio Favacho, ele sequer estava no País e nem foi comunicado da nota emitida no domingo (12) pela manutenção de Eurípedes no cargo e contra o texto emitido no sábado – em que constava a assinatura dele e de outros congressistas. “Publicaram uma nota produzida por Felipe Espírito Santo, ex-presidente da Fundação da Ordem Social do Pros. A bancada está em cima do muro, que é uma reação natural.”

O Mais Goiás conseguiu contato com Acácio. Ele rebateu: “Confirmo a nota que tem minha assinatura. Foi discutida e avaliada.” Segundo ele, a reunião de sábado, da tentativa de destituição, pegou a todos de surpresa. “Não tínhamos conhecimento. Temos dialogado com o presidente Eurípedes”, relata. Ainda conforme ele, quando saíram de recesso parlamentar, no fim do ano passado, ficou combinado, apenas, uma reunião em 3 de fevereiro para discutir os rumos do partido.

Assinaturas

Outros nomes que teriam assinado a nota foram o deputado federal Toninho Wandscheer e senador Telmário Mota. A assessoria de comunicação do parlamentar da Câmara disse que ele não se pronunciaria sobre o assunto. Não foi informado se ele assinou ou não o texto de apoio a Eurípedes.

Já o líder do Senado, Telmário Mota, elucidou que a nota foi, sim, assinada pelos citados. “Especialmente por mim”. De acordo com ele, o que houve, no sábado, foi uma invasão. “Tanto o líder do Senado quanto da Câmara têm que participar deste tipo de reunião da Executiva e nem sequer fomos informados”, reclamou.

Nota

Felipe, por sua vez, disse que todos os deputados citados anuíram com a nota emitida no domingo. “A nota é verdadeira, com a validade não só destes três, mas de todos os dez deputados federais, dos três senadores e, daqui a pouco, terá outra de todos os presidentes estaduais do Pros”, garantiu.

Ainda segundo ele, no sábado foram colocados seguranças na porta do diretório para que outros membros não pudessem participar. “Não houve destituição nenhuma. Sem validade legal.”

Sobre isso, Marcus Holanda declarou: “Após o final da Assembleia, onde consta o horário na Ata protocolada, houve uma tentativa de invasão dos ex-membros denunciados da executiva nacional, que foi contida pela Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), que registrou um relatório. Na sequência, houve reunião da nova executiva. Posteriormente, os próprios filiados assumiram a segurança.” O Portal tenta confirmar com a PMDF.

Ainda presidente

De fato, Eurípedes ainda é presidente do Pros. Marcus Vinícius Chaves de Holanda diz que, entre segunda-feira (13) e terça-feira (14), o documento assinado por 26 membros do partido deve ser averbado no Cartório e depois seguirá para o TSE. Após uma semana, sai o resultado.

Em contrapartida, o advogado Bruno Penna informou ao Mais Goiás que somente 20 e poucas pessoas participaram do evento e que, no domingo, mais de 100 estiveram no diretório do partido e deixaram sem validade o encontro de sábado. Felipe já havia afirmado isso ao dizer que a ata daquele dia era “sem validade legal”.

Além disso, Penna afirma que o “pequeno” grupo tentou destituir 120 titulares da diretoria e 40 suplentes. “Estão tentando assumir sem passar pela convenção nacional. Não dá para anular o que foi feito por centenas de membros”, diz o jurista sobre a ação de sábado.

Já Holanda garante que cerca de 200 pessoas estiveram presentes no dia 11. E ressalta que os 26 assinantes são dois a mais do que o estatuto pede. “26 corajosos, pois as pessoas têm medo dele [Eurípedes]”, pontua Marcus.

Denúncias

O advogado Bruno Penna declarou que Marcus Holanda, junto com outros membros da sigla, articulou para o desgaste de Eurípedes. Segundo o defensor, foram feitas denúncias ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e depoimentos difamando o presidente. “Hoje entendemos que isso era parte de um plano para tentar desgastar a imagem do presidente e destituí-lo.”

Por sua vez, Marcus confirma ida ao TRE para depoimento, após convocação, mas não um plano arquitetado, como disse o defensor. “[O depoimento] Foi em relação à campanha de 2018, mas eu não participei. Tentei ajudar o TRE, mas já estava me distanciando de toda essa turma. Ele se desgastou naturalmente. Imagina arquitetar algo desde 2014!”.