INFRAESTRUTURA

Empresa investigada pela PF tem contratos de R$ 32 milhões com Goinfra

Construservice foi contratada via licitação para obras de asfalto em municípios goianos

Sócio oculto preso pela PF foi recebido em reunião oficial por presidente da Codevasf (Foto: Divulgação/PF)

Uma empresa investigada pela Polícia Federal por suspeita de desvios de recursos da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) tem contratos de R$ 32,5 milhões com o governo do Estado. A Construservice foi contratada, via licitação, para obras de asfalto em municípios goianos pela Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra).

O valor de R$ 32.535.536,91 constam como empenhados, ou seja, com reserva orçamentária para ser paga pelo serviço, no Portal da Transparência.

O primeiro dos contratos, no valor de R$ 8.773.966,91, foi vencido via pregão eletrônico e publicado no Diário Oficial do Estado no dia 3 de março Programa Goiás em Movimento Municípios (lote 25), nos municípios de Cidade de Goiás, Heitoraí, Itaguari, Itaguaru, Jesúpolis, Petrolina de Goiás, Santa Rosa de Goiás e Taquaral.

Outro pregão, publicado no Diário Oficial no mesmo dia, é para o lote 26, para realização de obras asfálticas nos municípios de Cezarina, Indiara, Jandaia, Mairipotaba, Pontalina e Santo Antônio da Barra, por R$ 7.440.267 milhões.

A Construservice também venceu o lote 35, para obras nos municípios de Novo Gama, Valparaíso e Goianápolis com o valor de R$ 2.699.998,51. Também o lote 21 com o valor de R$ 6.814.995,90 para obras nos municípios de Abadia de Goiás, Aurilândia, Buriti de Goiás, Campestre de Goiás, Nazário, Nerópolis e Santa Bárbara de Goiás.

Há, ainda, contrato via licitação para serviços de pavimentação no município de Bela Vista no valor de R$ 6.667.241.

Resposta

A Goinfra diz que os contratos celebrados com a empresa Construservice decorrem de licitações regulares, que foram vencidas mediante apresentação de documentação regular e oferta de preço mais vantajoso ao Estado. Os contratos vêm sendo executados regularmente e aponta que não cabe ao gestor público cancelar contratos ou inabilitar empresas com base em matérias jornalísticas.

“Os fatos narrados na imprensa envolvem aspectos penais cuja investigação remete a questões que competem às autoridades policiais que atuam no âmbito federal. Até que sobrevenha uma decisão judicial em sentido contrário ou até que haja má execução do contrato gerido pela Goinfra, cumpre à Presidência tão somente intensificar a fiscalização sobre a empresa”, diz a nota.

“A Goinfra não escolhe fornecedores. São todos definidos por processo licitatório com participação ampla. O programa Goiás em Movimento Municípios é uma frente de trabalho que já conta com mais de 40 licitações. A empresa investigada venceu 4. Destacamos que nenhum contrato é objeto de aditivo”, continua.

Entenda

O empresário Eduardo José Barros Costa foi preso em operação da Polícia Federal que apura desvios realizados na Codevasf. Ele é considerado um sócio oculto da empresa Construservice, que tem contratos na ordem de R$ 140 milhões com o governo federal, e teria se valido de laranjas para participar de concorrências públicas na gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL).

A empresa estatal Codevasf foi turbinada por bilhões de reais em emendas parlamentares e entregue por Bolsonaro para o centrão em troca de apoio político.