Engler (PL) e Fuad (PSD) vão ao 2º turno em Belo Horizonte
Candidato apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teve 34,38% dos votos válidos
(Folhapress) O deputado estadual Bruno Engler (PL) e o atual prefeito Fuad Noman (PSD) vão disputar o segundo turno das eleições de Belo Horizonte. A votação final está agendada para 27 de outubro.
Com 100% das seções totalizadas, o candidato apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teve 34,38% dos votos válidos (435.853) e ficou à frente de Fuad, que alcançou 26,54%, ou 336.442 dos votos computados.
Engler, 27, e Fuad, 77, são respectivamente o candidato mais jovem e mais velho entre os postulantes à prefeitura da capital mineira.
“O segundo turno vai ficar bem claro que é uma eleição de quem quer mudança e de quem se contenta com a mediocridade. Hoje a gente tem uma prefeitura cujo prefeito está no bolso das empresas de ônibus, uma prefeitura que as secretarias são usadas para pagar fatura política”, disse Engler, após a divulgação do resultado.
Fuad também celebrou a ida ao segundo turno. Disse que o resultado é uma prova do trabalho feito durante a campanha e lembrou que era desconhecido pela população.
“Foi uma votação expressiva, foi uma votação de quem, há um mês, dois meses, era praticamente desconhecido na cidade”, declarou. Ele também relembrou as críticas dos opositores à sua gestão durante a campanha e disse que “depois de 6 contra 1”, agora a disputa é “1 contra 1”.
O apresentador de TV e deputado estadual Mauro Tramonte (Republicanos), que liderou as pesquisas de intenção de voto em boa parte da campanha eleitoral, perdeu força na reta final e encerrou o pleito em terceiro, com 15,22% dos votos válidos, ou 192.991.
Apresentador por 16 anos do Balanço Geral, da TV Record, Tramonte tinha o apoio do governador Romeu Zema (Novo) e de Alexandre Kalil (sem partido), que concorreram ao governo de Minas Gerais na última eleição e são considerados rivais.
Kalil era prefeito da cidade até 2022, quando deixou o cargo para Fuad, mas decidiu apoiar um adversário de seu vice na atual disputa.
Na quarta posição na eleição à prefeitura da capital mineira está Gabriel Azevedo (MDB), presidente da Câmara Municipal, com 10,55% dos votos.
Na sequência, vem a deputada federal Duda Salabert (PDT), a única candidata transgênero à prefeitura nas capitais e uma das nove postulantes trans ao Executivo municipal em todo o país. Ela alcançou 7,68% dos votos válidos.
O candidato apoiado pelo presidente Lula (PT), Rogério Correia (PT), teve 4,37% dos votos válidos.
As últimas semanas da campanha foram marcadas por um movimento de voto útil de setores da esquerda. Alas de partidos que eram das coligações de Correia e Gabriel apoiaram publicamente o voto em Fuad com o argumento de evitar um segundo turno entre Engler e Tramonte, duas candidaturas de direita.
O prefeito, que passa por um tratamento contra um linfoma não Hodgkin, costuma dizer que pertence a um partido de centro. Na reta final da campanha, porém, mandou sinais ao campo da esquerda ao dizer que Engler e Tramonte não teriam diálogo com o governo Lula caso fossem eleitos. Para chegar ao segundo turno, ele teve que superar um desconhecimento junto à população que superava os 50% antes do início da campanha eleitoral.
A disputa na capital mineira também foi marcada pela ausência do presidente e de Zema nas agendas dos candidatos apoiados por eles.
Já Bolsonaro participou de comício com Bruno Engler em setembro, ao lado do deputado federal Nikolas Ferreira (PL) e do senador Cleitinho (Republicanos), dois expoentes da direita no estado. O senador, apesar de ser do partido de Tramonte, declarou apoio ao nome do PL em BH.
O senador Carlos Viana (Podemos), que se licenciou do cargo para a disputa eleitoral, teve 1% dos votos válidos. Outros candidatos que concorreram foram Indira Xavier (UP), Wanderson Rocha (PSTU) e Lourdes Francisco (PCO), que não chegaram a 1% cada um.
Belo Horizonte possui o terceiro maior colégio eleitoral do país, com 1,9 milhão de eleitores.
Os votos válidos excluem os votos inválidos (em branco e nulos) e são os únicos considerados pela Justiça Eleitoral para calcular os resultados. Para conquistar o cargo de prefeito, os candidatos precisam obter 50% mais um dos votos válidos, e não totais.