O vereador Deivison Costa (PT do B) não vê nenhuma irregularidade em sua emenda que instituía como feriado o Dia do Evangélico em Goiânia ou na forma com que ela foi aprovada. Ao Mais Goiás, ele declarou que a proposta foi derrubada por uma simples questão quantitativa. “Nós somos minoria na Casa. Enquanto formos minoria, não vão aprovar”, afirmou.
Em 25 de novembro, Deivison tentou implementar como feriado o já instituído Dia do Evangélico, celebrado em 17 de agosto, por meio de uma emenda a um projeto de autoria do presidente da Câmara Municipal, Anselmo Pereira (PSDB). O texto do tucano tornava de utilidade pública municipal o Instituto Educacional Conceito de Meio Ambiente, Cultura e Saúde (IECMACS).
A medida gerou controvérsia tanto pela proposta em si quanto pela forma com que foi apresentada, já que não tinha qualquer relação com o assunto do Projeto de Lei. Ainda assim, a emenda acabou aprovada sem a devida discussão, já que estava na esteira do texto de Anselmo.
Nos dias seguintes, alguns vereadores se manifestaram contra a proposta. Um deles, Elias Vaz (PSB), foi o autor do pedido de suspensão da votação que instituiu o feriado. “Não podemos permitir que o Regimento da Casa seja desrespeitado. A votação foi irregular”, alegou o vereador. O recurso apresentado por ele foi aprovado na manhã desta quarta-feira (14) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e em plenário nesta quinta (15).
Deivison, porém, não concorda com a decisão: “Temos o mesmo direito que qualquer outro segmento tem. Nós não temos nada contra nenhuma religião, mas existem vários feriados religiosos, e nenhum dos evangélicos”, argumentou. O vereador também rebateu as críticas quanto ao modo com que apresentou sua proposta. “Não há nenhuma inconstitucionalidade. Eu sou membro da Comissão de Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia. É nela que se aprova a questão da utilidade pública e as alterações no calendário oficial”, justificou.
Segundo ele, a derrubada de sua proposta foi resultado da ação do setor empresarial, que temia perder dinheiro com mais um dia de recesso. “Mas sei ganhar e sei perder”, declara Deivison, que afirma ter desistido de implementar o feriado. “Hoje é chique ser evangélico, virou moda, mas como ainda somos minoria, temos dificuldades em relação a alguns temas”, pontuou.