Entidades apoiam adiamento da tramitação do Plano Diretor de Goiânia
Representantes de entidades apoiam adiamento da tramitação do Plano Diretor de Goiânia na Câmara Municipal.…
Representantes de entidades apoiam adiamento da tramitação do Plano Diretor de Goiânia na Câmara Municipal. A mudança no calendário proposto pelo presidente da Comissão Mista, Cabo Senna (Patriota), aconteceu em razão da judicialização do tema.
O presidente da Associação Pró Setor Sul, Edmilson Moura, diz que Judiciário colocou “um freio” no “açodamento demonstrado pela Câmara Municipal”.
Ele argumenta que o texto que foi discutido em 2020 sofreu alterações e por isso necessita de novas rodadas de discussão. O projeto foi retirado da Câmara pelo prefeito Iris Rezende (MDB) naquele ano para apreciação e manifestação conclusiva do Executivo sobre as mais de 200 emendas apresentadas pelos vereadores da legislatura passada.
A demanda de nova rodada de discussões é amparada pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goiás (CAU-GO). Membro da entidade, Maria Ester de Souza argumenta que emendas inclusas no projeto foram analisadas pela prefeitura, mas não foram apresentadas e explicadas em mapas à sociedade.
Inclusão de emendas no Plano Diretor de Goiânia e análise no Grupo de Trabalho
Além disso, o Grupo de Trabalho (GT), instituído pelo prefeito Rogério Cruz (Republicanos), através do decreto nº 1.482/2021, emitiu relatório conclusivo sobre as emendas, mas o Chefe do Executivo não enviou o relatório para o Conselho Municipal de Políticas Urbanas (Compur), e não convocou audiências públicas para discutir o relatório.
“Ou seja, o texto que discutimos nas três audiências públicas já não existiria mais na tarde de segunda-feira (20), e ele iria à votação no plenário sem qualquer discussão com a sociedade”, diz Edmilson Moura.
É que o Paço Municipal enviou o texto sem as alterações das emendas, para evitar que o projeto passasse novamente pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o que poderia “atrasar” a tramitação, já que a intenção era aprovação ainda em 2021.
“Ao final, votariam, na véspera do natal, um texto completamente alterado pela emenda coletiva e a população ficaria com um nariz de palhaço. Vejo que o Judiciário colocou um freio de arrumação no processo”, conlcui.
Maioria da base não deveria impedir discussões
Para Maria Ester, do CAU-GO, a inclusão de emendas de vereadores no texto precisa ser debatida com a sociedade. Segundo ela, não basta que as ideias tenham sido analisadas pelo GT da prefeitura.
“Se houve debate exaustivo foi interno, entre pessoas interessadas em usar o plano para aumentar seus lucros na construção civil e o executivo”, reforça.
Maria Ester argumenta que o fato de o prefeito ter a maioria na Câmara Municipal não deveria impedir o debate sobre o Plano Diretor de Goiânia. “Pelo contrário, esse diálogo deveria ser muito mais aberto e transparente, pois os vereadores deveriam ser os agentes a levar demandas variadas para o Plano Diretor e assim torná-lo mais plausível de ser executado”, aponta.
Judicialização da tramitação do Plano
A Justiça paralisou a tramitação do Plano Diretor após decisão a juíza Patrícia Machado Carrijo, no sábado (18), a qual foi confirmada em 2ª instância, no domingo (19). As determinações acolhem contestação do vereador Mauro Rubem (PT), que argumentou que não houve prazo de 15 dias entre a convocação e realização de audiência pública para discussão do texto enviado pelo Paço Municipal.
Diante da confirmação em segunda instância, o presidente da Câmara Municipal, Romário Policarpo (Patriota), convocou, por meio de edital, uma nova audiência pública para o dia 4 de janeiro de 2022 às 9h. O que contraria a intenção de vereadores da base do prefeito, e do próprio Paço, que queriam a aprovação ainda em 2021.