Escolhido relator da PEC que extingue o TCM, Talles Barreto promete imparcialidade
Depois do prazo regimental de dez dias, Talles Barreto (PSDB) foi escolhido como relator da…
Depois do prazo regimental de dez dias, Talles Barreto (PSDB) foi escolhido como relator da proposta de emenda à Constituição (PEC) da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) que extingue o Tribunal de Contas do Município (TCM-GO). O tucano, que é favorável a manutenção do TCM e votará contra a PEC, garantiu que fará um relatório técnico.
“Já preparo o relatório, estou juntando a documentação e vendo a posição de todos os órgãos envolvidos com o TCM, como a OAB, o Conselho de Contabilidade e o próprio Tribunal de Contas do Estado (TCE)”, enumerou. De acordo com ele, ainda não é possível dizer os rumos do parecer, apesar dele mesmo já ter se posicionado. “O relatório será contundente e imparcial, farei um trabalho técnico.”
Vale lembrar, anteriormente Talles defendeu a manutenção do TCM-GO. Ao portal, nesta terça, ele reforçou que é um deputado municipalista e que entende a importância do Tribunal na fiscalização e na condição de orientar os 246 municípios de Goiás.
Inclusive, independente do relatório, Talles acredita que proposta não passa na Casa. “Pelas manifestações que ouvimos…”, relata.
PEC
A PEC que prevê a extinção do órgão foi apresentada em 27 de abril pelo deputado estadual Henrique Arantes com 26 assinaturas. Desde o começo das discussões, prefeitos, entidades e deputados se manifestaram contrários e favoráveis à proposta. O TCM, por sua vez, sempre reforçou que o órgão não é caro, nem ineficiente.
O tribunal é responsável pela fiscalização dos 246 municípios goianos (Prefeituras e Câmaras Municipais), empresas públicas, fundações, autarquias, institutos de previdência, Fundos Municipais de Saúde; Fundos municipais de assistência social, dos direitos da criança e do adolescente, de habitação de interesse social, de educação e de manutenção e desenvolvimento da educação básica.
Ao todo, segundo o TCM, são 1.900 entidades avaliadas com base na transparência e nos princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Por meio de nota, ao portal, o tribunal disse que não é ineficiente e nem caro. Atualmente, o custeio mensal do órgão é de R$ 530 mil, mais 9,650 milhões em servidores ativos e R$ 5,7 milhões de inativos.
“Seu custo não chega a 0,5% (meio por cento) do orçamento do Estado de Goiás. A propalada redução de custo seria pífia.” Com a extinção do órgão, os servidores seriam remanejados, por exemplo, para o TCE. “A solução de continuidade seria gigantesca e danosa à sociedade. O Estado consumirá tempo e recursos para absorver a estrutura e a expertise que o TCM detém para lidar com a gestão municipal”, adverte.
Vale lembrar, em 2018 também houve a sugestão, por parte do ex-deputado estadual [hoje federal] José Nelto (Podemos), de extinguir o tribunal.
Aposentadoria
Vale lembrar, o conselheiro Nilo Resende anunciou a sua aposentadoria, neste mês. Com isso, a Assembleia Legislativa deve indicar o deputado Humberto Aidar (MDB) para o cargo. Interlocutores chegaram a dizer que o projeto seria esvaziado, com a retirada de assinaturas.
Nilo, destaca-se, estava no TCM desde 2013. A resolução administrativa que aprovou o pedido da aposentadoria voluntária considerou o “tempo de contribuição, idade, dentre outros”. Ele, se quisesse, poderia seguir até os 75 anos para deixar o cargo, por meio de aposentadoria compulsória.
O pedido, vale lembrar, teve como relator o conselheiro Francisco José Ramos. Todos os demais acompanharam o parecer.